Análise

'Economist': modelo político deve encarecer e atrasar pré-sal

A revista britânica "The Economist" faz uma análise do modelo escolhido pelo Estado brasileiro para exploração do pré-sal e traz basicamente três conclusões.

O Estado de S. Paulo
07/02/2011 14:04
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A revista britânica "The Economist" faz uma análise do modelo escolhido pelo Estado brasileiro para exploração do pré-sal e traz basicamente três conclusões.



Primeira: a politização deve atrasar e encarecer o projeto. Segunda: o uso do dinheiro do petróleo na área social, a partir de um fundo soberano, abre espaço para fins eleitoreiros. Terceira (agora uma avaliação otimista): os desafios tecnológicos do pré-sal tendem a gerar uma onda de inovações tecnológicas no País, assim como a corrida espacial contribuiu para o avanço científico nos Estados Unidos.



Atraso e preço alto



O modelo de exploração proposto pelo governo e aprovado pelo Congresso faz da Petrobrás a empresa operadora de todas as novas reservas do pré-sal, com uma participação mínima de 30% em cada.



Além disso, o governo defende que a estatal gaste seu dinheiro em produtos fabricados no Brasil - o que, na visão da "Economist", tende a encarecer a exploração. Se houvesse a opção de comprar uma plataforma fabricada em qualquer país, a concorrência poderia ser maior, reduzindo (ou aumentando menos) o preço e as chances de ocorrer atrasos no cronograma.



O argumento do governo é de que a exploração do pré-sal é um projeto tão grande que empresas estrangeiras aceitariam instalar fábricas no Brasil. A Petrobrás é responsável por 22% da produção mundial de petróleo em águas profundas. Para explorar a camada pré-sal, a companhia precisará comprar 45 novas plataformas flutuantes. Hoje, existem apenas 75 dessas no mundo inteiro, e cada uma custa entre US$ 4 e US$ 5 bilhões.



Fundo soberano



A revista aposta que haverá uso político e até eleitoral de parte do dinheiro do pré-sal. A reportagem lembra que o Brasil está em 69º no ranking de percepção da corrupção da Transparência Internacional.



O governo defende que parte do dinheiro gerado pelo petróleo seja destinado ao Fundo Soberano, que, por sua vez, pode ser usado para comprar dólares e impedir uma alta excessiva do real, bem como para concretizar projetos na área social, incluindo educação.



Tecnologia



"Mais otimista é a expectativa de que o progresso tecnológico liderado pela Petrobrás, possa diversificar a economia brasileira", afirma a "Economist". Hoje, a estatal trabalha junto a 85 universidades e centros de pesquisa.



"Um grupo tecnológico está brotando em volta dos laboratórios da Petrobrás no Rio, com instalações universitárias ao longo de novos laboratórios de US$ 50 milhões construídos por empresas do porte de General Electric e Schlumberger", conta a revista.



Mais US$ 40 bi



O presidente da Petrobrás, José Sergio Gabrielli, quer dobrar a produção de petróleo no Brasil, conforme relatou o jornal também britânico "Financial Times". Para isso, ele prevê que a companhia precise captar entre US$ 30 bilhões e US$ 40 bilhões no mercado até 2014.

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