Opinião

Economia do país terá que crescer acima de 4% em 2013 para criar mais empregos

Avaliação é do Dieese.

Agência Brasil
02/01/2013 11:23
Visualizações: 222 (0) (0) (0) (0)

A economia brasileira terá de crescer a taxas bem superiores à média apontada por analistas (oscilando entre 3% e 4%), para que haja aumento de postos de trabalho e uma queda mais expressiva na taxa de desemprego. A avaliação foi feita à Agência Brasil pelo economista Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).


Ele justificou que há uma capacidade ociosa nas empresas e a estratégia delas, em um primeiro momento, pode ser a de estender a jornada do pessoal já ocupado com adoção de horas extras. Se o Produto Interno Bruto (PIB) ficar próximo dos 3%, a taxa de ocupação pode ficar estável, acredita Ganz Lúcio.


Dados da Pesquisa Mensal de Emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente a novembro último, indicou leve queda na taxa de desemprego, que passou de 5,3% para 4,9%. Houve um recuo também no índice apurado em conjunto pelo Dieese e pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), com a constatação de que 10,5% da População Economicamente Ativa (PEA) estavam desempregados em outubro, ante 10,9%, em setembro.


O levantamento relativo à Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), da Fundação Seade e do Dieese, é feito em sete regiões metropolitanas: Belo Horizonte, Fortaleza, Recife, Salvador, São Paulo, Porto Alegre e Distrito Federal. Entre outubro do ano passado e igual mês deste ano, foram criados 514 mil empregos, número menor do que o total de pessoas que ingressaram no mercado de trabalho (691 mil), o que elevou neste período em 177 mil o total de desempregados (2,365 milhões).


Embora, na virada de setembro para outubro, a indústria tenha sido a que mais contratou mão de obra com a oferta de 75 mil vagas e um crescimento de 2,5%, sobre outubro de 2011, o setor encolheu o número de vagas em 0,8% com a eliminação de 24 mil postos de trabalho. E é essa área do setor produtivo que pode vir, segundo Clemente Ganz Lúcio, a impulsionar a economia, no próximo ano.


“Há uma sinalização de retomada do emprego na indústria”, ressaltou o economista. Ele observou que, embora este segmento econômico tenha sido mais afetado pela queda na demanda internacional, houve a compensação dos benefícios concedidos pelo governo federal como, por exemplo, a medida de desoneração da folha de pagamento, oferta de linhas de crédito por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) entre outros estímulos.


Esse quadro permitiu “uma certa dinâmica da economia”, com manutenção da taxa de desemprego mais baixa e com ganhos salariais acima da inflação. No entanto, segundo Clemente, muitas empresas colocaram os investimentos “na geladeira”. Com base em projeções dos analistas, ele disse que a taxa de investimento neste ano ficou entre 18 e 19% e deveria alcançar algo em torno de 25% para que a economia crescesse entre 4 a 5%.


Na opinião dele, o desempenho da economia no ano que vem vai depender da reação externa, do quanto a Europa será capaz de contornar a crise no bloco do euro; da capacidade da China em aumentar as importações e do reaquecimento nos Estados Unidos.


“O Brasil não vai se sustentar para um crescimento tão grande se for depender apenas do mercado interno”, disse ele, pontuando que “emprego e renda são fundamentais para o crescimento”. O economista salientou que, em alguns segmentos, “tivemos uma situação de pleno emprego”, caso da construção civil. Porém, advertiu a necessidade de o país corrigir o problema da falta de profissionais especializados.
Um dos obstáculos a serem vencido para melhorar a competitividade em nível mundial, segundo ele, é a redução da diferença de custo da mão de obra. De acordo com Ganz Lúcio, a hora trabalhada nas empresas brasileiras custa entre cinco a sete vezes mais do que na China, e o valor na Alemanha equivale a um terço do gasto no Brasil, esclareceu.


Além disso, Clemente defendeu que a economia estará cada vez mais integrada. Ante essa realidade, sugere que é preciso também investir mais em inovação tecnológica e na capacidade de circulação de mercadorias por meio de melhorias da infraestrutura, rodovias, ferrovias, portos e aeroportos.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Etanol
Anidro e hidratado encerram a semana com pequena variaçã...
11/11/24
Resultado
Petrobras divulga lucro de R$ 32,6 bilhões no 3º trimes...
08/11/24
Energia elétrica
Desempenho em outubro é o melhor do ano e expansão da ge...
08/11/24
E&P
Firjan destaca o potencial para aumento no fator de recu...
08/11/24
Hidrogênio
Primeira planta de conversão de hidrogênio a partir do e...
08/11/24
ANP
NAVE ANP: inscrições prorrogadas até 22/11/2024
07/11/24
Telecomunicações Offshore
NexusWave: Conectividade Marítima Confiável e Sem Interr...
07/11/24
Pré-Sal
GeoStorage: Novo hub do RCGI nasce para viabilizar o arm...
07/11/24
Negócio
Grupo Energisa assume controle da Norgás e entra no seto...
07/11/24
Etanol
Cientistas mapeiam microbioma de usinas em busca de maio...
07/11/24
Metanol
ANP amplia monitoramento da comercialização de metanol c...
07/11/24
Oportunidade
PPSA realizará seu primeiro concurso público para contra...
07/11/24
GNV
Estratégias e desenvolvimento do setor de GNV proporcion...
07/11/24
Workshop
ANP realiza workshop virtual sobre revisão de normas par...
07/11/24
Marinha do Brasil
Grupo EDGE amplia parceria com a Marinha do Brasil para ...
06/11/24
Evento
Evento Drone em Faixas de Dutos tem nova data
06/11/24
Geração
ABGD participa de Conferência Internacional em Foz do Ig...
06/11/24
Certificação
Foresea recebe, pelo quarto ano seguido, certificação de...
06/11/24
Flow Assurance Technology Congress
Da produção offshore à transição energética
06/11/24
E&P
ANP lança segunda fase do GeoMapsANP com novos dados e f...
06/11/24
ACORDO
ABNT adotará normas do American Petroleum Institute em d...
05/11/24
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

21