A Petrobras deverá reduzir em cerca de US$ 12 bilhões os custos de instalação dos sistemas de produção na área de Tupi, informa o diretor Financeiro da estatal, Almir Barbassa. Segundo ele, os primeiros testes feitos apontaram que cada unidade prevista para operar na área poderá chegar ao pico de sua capacidade de produção - de 120 mil barris por dia - com a vazão de 20 poços e não mais com 30, como havia sido pensado anteriormente.
Cada poço custa em torno de US$ 60 milhões, valor que chega a dobrar, considerando toda a estrutura montada no fundo do mar. Como serão dez plataformas a serem instaladas naquela região, cada uma com capacidade para a produção de 120 mil barris por dia, a economia é de R$ 1,2 bilhão por plataforma e em torno de US$ 12 bilhões no total.
"Os primeiros testes apontaram a possibilidade de obter a mesma quantidade de barris com um número bem menor de poços. É uma economia e tanto", comenta Barbassa.
A possibilidade foi verificada a partir dos testes feitos durante os cerca de dois meses de atuação na área do navio plataforma FPSO Cidade São Vicente. Em junho, a unidade teve um problema e vai ficar parada quase quatro meses. O problema foi verificado na fixação de parafusos num sistema chamado "árvore de natal molhada" que fica na cabeça do poço no fundo do mar.
Por precaução, a Petrobras optou por trocar todo o sistema, o que está sendo providenciado, mas exige tempo, por conta da contratação da sonda para retirar o equipamento com danos, fechar o poço, colocar o outro no lugar e perfurar a área novamente.
Segundo o diretor, estes primeiros resultados mostraram a importância da realização do Teste de Longa Duração (TLD), que está sendo feito na área de Tupi pelo FPSO Cidade de São Vicente, e deve se estender até dezembro de 2010. "Com isso, conseguimos chegar mais próximo do preço do barril extraído do pré-sal", afirma.
Uma estimativa do valor do barril que torna a exploração no pré-sal economicamente viável, no entanto, ainda é precipitada, segundo Barbassa.
A Petrobras tem divulgado que a exploração no pré-sal se faria possível mesmo com o barril estimado em US$ 40 - valor previsto em seu plano de negócios. Já o mercado avalia que dificilmente poderia ser extraído um barril a menos de US$ 60. A estatal, no entanto, já havia demonstrado a possibilidade de reduzir custos no pré-sal com a conquista de maior conhecimento sobre a área. A empresa constantemente reafirma que o primeiro poço perfurado na área custou em torno de US$ 240 milhões, reduzidos depois para os atuais US$ 60 milhões.
Em setembro do ano passado, durante um evento internacional de petróleo que aconteceu no Rio, o presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, chegou a afirmar que cada sistema de produção na área de Tupi (incluindo a plataforma com todos os equipamentos de conexão, poço, etc) poderia chegar a US$ 7 bilhões. Por enquanto, a estatal encomendou ao mercado apenas a unidade para o projeto piloto de Tupi, que vai produzir 100 mil barris por dia na área a partir de 2010.