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Duvidas sobre demanda derrubam petróleo e metais

Valor Econômico
06/05/2011 12:50
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As histórias de que a sólida demanda mundial estimula os altos preços do petróleo começaram a se esfumar ontem, quando, em um dado momento, o preço do petróleo bruto caiu em mais de US$ 12 o barril. A variação foi chocante em sua severidade e lembrou os dias mais sombrios que se sucederam ao colapso do Lehman Brothers, quando vendas maciças diárias eram coisa normal.
 

As quedas significativas obrigaram o mercado do petróleo a abrir uma nova rodada de discussões. Será que a queda repentina do petróleo bruto reflete a desaceleração da demanda? Ou será que o petróleo é apenas mais um ativo especulativo de risco a passar pela tão necessária correção? E, se a correção continuar, será que isso não será bom para a economia como um todo?
 
 
O primeiro contrato de petróleo tipo Brent caiu US$ 10,39, para US$ 110,80 o barril, perda de 8,57%. A retração foi a maior, em termos percentuais, desde a crise financeira, e a mais elevada de todos os tempos em termos absolutos - ultrapassando a alta volatilidade de 2008-2009 e da primeira Guerra do Golfo. O barril do West Texas Intermediate, o referencial dos EUA, negociado na Nymex, caiu US$ 9,44 - ou 8,64% -- para menos de US$ 100 pela primeira vez desde março.
 
 
"Essa é a maior variação desde os tempos de 2008", diz Chris Thorpe, sócio executivo da HCEnergy, corretora de opções de petróleo de Nova York. "O mercado foi pego de surpresa depois de um longo período de baixa volatilidade e de um mercado que vinha subindo lentamente."
 

O movimento de venda em massa refletiu temores de que a demanda mundial de petróleo, que alcançaria novos recordes este ano, segundo previsões, poderá começar a desacelerar num momento em que os preços altos corroem a demanda do consumidor. Os EUA informaram esta semana que a demanda por gasolina de abril foi 1,9% menor que a do mesmo mês do ano passado, num momento em que um contingente maior de americanos está fazendo compras on-line para economizar a gasolina, a US$ 4 o galão (de 3,785 litros), necessária para ir ao shopping.
 
 
Os EUA, o maior consumidor mundial de petróleo, não ajudou em nada a melhorar esse sentimento ao noticiar um salto surpresa dos pedidos de seguro-desemprego semanais, o que veio reforçar a recente série de dados decepcionantes no país depois de a economia americana ter registrado um crescimento anualizado de 1,8%, no primeiro trimestre.
 

A demanda por petróleo continua crescendo nos mercados emergentes, mas a elevação dos preços do petróleo e de outras commodities poderá lançar as sementes de uma desaceleração, diante da elevação das taxas de juros promovidas pelos BCs para conter a inflação. A Agência Internacional de Energia (AIE) prevê que todo o crescimento da demanda mundial por petróleo virá dos mercados emergentes este ano, o que puxará o total do consumo para mais de 89 milhões de barris ao dia.
 

Outros argumentam que a venda maciça de contratos de petróleo foi uma forma necessária de afastar rumores especulativos. O saldo líquido das posições de compra em futuros e opções do WTI ficou perto da alta recorde, segundo dados da Comissão de Negociação de Contratos Futuros de Commodities (CFTC, pelas iniciais em inglês). O CME Group, operador da bolsa Nymex, anunciou contratos não-exercidos, ou por liquidar, não apenas de petróleo bruto mas para o monótono universo do gás natural, em que uma enxurrada de oferta de novos volumes manteve os preços apáticos. Esse fator, juntamente com a queda vertical da prata esta semana, sugere uma grande massa de recursos de investidor sendo investidos e resgatados, indiscriminadamente, em contratos de commodities.
 

Com a queda do petróleo, as ações passaram por uma retração mais comedida - o índice de ações S&P 500 recuou 0,3%. "Um dos elos perdidos do resgate de contratos de risco e um bom indicador de que essa medida é uma correção de posições neste momento é o fato de que, embora as ações tenham registrado queda, elas não caíram significativamente", diz Alan Ruskin, estrategista do Deutsche Bank. "Em última instância, preferimos as ações, e não contratos de commodities, como um sinal das perspectivas de crescimento dos Estados Unidos", afirmou.
 

As ondas de vendas de ativos de risco e de alta de papéis considerados seguros, como os bônus do Tesouro dos EUA, ganharam força, antecipando-se ao informe sobre o emprego de abril, a ser divulgado hoje.
 

A volatilidade do petróleo aumentou desde que a crise política no Oriente Médio afetou a oferta. Embora oscilações desenfreadas como a de ontem causem dor de cabeça aos investidores, elas aumentam a lucratividade dos bancos de investimento e dos operadores no mercado de petróleo, que ganham mais com a volatilidade.
 
 
A Glencore, maior empresa de negociação de commodities e segunda maior de petróleo, informou em comunicado, na quarta-feira, em meio aos preparativos para sua oferta pública inicial de ações, que suas operações "começaram 2011 com força".
 

"Em particular, após um 2010 desafiador, a divisão de petróleo registrou resultados substancialmente melhores, como resultado da volatilidade do mercado e das condições de oferta mais apertada", destacou a empresa. 
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