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A Tribuna - SPA Subdelegacia Regional do Trabalho (DRT) vai convocar terminais portuários e entidades sindicais para debater mudanças nos procedimentos de segurança das operações de carga e descarga no cais santista. O objetivo do encontro será melhorar as condições de trabalho no complexo e encontrar mecanismos para interromper o crescimento do índice de vítimas fatais. Somente neste ano, cinco portuários foram mortos durante suas funções.
O anúncio da reunião foi feito pelo coordenador da fiscalização do trabalho portuário da DRT, João Rocha, após a morte do estivador Rubens da Silva Ruas, de 56 anos, na madrugada da última sexta-feira. O debate está previsto para ocorrer no próximo dia 11.
Ruas morreu a bordo do navio Aplanta, atracado no Terminal Marítimo de Guarujá (Termag), na Margem Esquerda. As autoridades suspeitam que a vítima tenha sofrido um mal súbito, causado pela inalação do gás liberado pelo enxofre, movimentado no porão onde o portuário estava.
O Sindicato dos Estivadores criticou as condições de trabalho, em especial a falta de manutenção da cabine da pá-carregadeira onde Rubens Ruas estava, que não teria impedido a entrada do gás. Também foi destacada a demora no atendimento da vítima, cerca de 45 minutos. O terminal negou que tais problemas tenham ocorrido.
De acordo com coordenador da fiscalização do trabalho portuário da DRT, será feita ‘‘uma mesa redonda para debater o motivo dos acidentes. Chegamos a cinco mortes no porto desde janeiro. Se contarmos o acidente de 27 de dezembro do ano passado são seis vítimas fatais. Precisamos sentar e discutir abertamente como mudar essa história’’.
Rocha disse que já há algumas mudanças em debates, mas que só serão divulgadas após o debate com os sindicatos e os operadores.
No encontro, serão chamadas apenas as operadoras ADM, Caramuru, Termares, Terminal de Granéis do Guarujá (TGG) e Terminal Marítimo de Guarujá (Termag), em razão das cinco mortes terem sido registradas em suas áreas. A Copersucar também será convocada — o acidente de 27 de dezembro último ocorreu em suas instalações.
A respeito das investigações sobre o caso do estivador Rubens da Silva Ruas, Rocha afirmou que as conclusões devem ser conhecidas entre 30 e 60 dias, prazo normalmente adotado para as investigações.
O presidente do Sindicato dos Estivadores, Rodnei da Silva, defende que o secretário especial de Portos, Pedro Brito, inclua na ‘‘lista portuária’’ do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) investimentos para a segurança do trabalhador avulso no Porto de Santos. Segundo ele, o Governo Federal também deve incentivar programas de qualificação e treinamento dos operários portuários. ‘‘Quando o secretário visitar Santos vamos pedir isso a ele. A segurança do ser humano não pode ficar em segundo plano’’, afirmou.
O sindicalista também assegurou que a morte do estivador Rubens Ruas poderia ter sido evitada. Ele disse que inspecionou pessoalmente as máquinas do Terminal Marítimo de Guarujá (Termag), há cerca de um mês, e constatou os problemas. ‘‘As máquinas não atendem a NR 29. Eu mandei um documento, mas elas continuaram operando’’, concluiu.
Fonte: A Tribuna - SP
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