Jornal do Commercio - PE
As declarações da ministra Chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, de que está em discussão a possibilidade de a Petrobras ser a principal operadora das áreas do pré-sal, causou preocupação entre analistas do setor em relação à capacidade operacional da estatal em dar conta de investimentos de tamanha envergadura. O presidente Lula definiu o mês de agosto como prazo para o margo regulatório.
“Não está em questionamento a capacidade técnica da Petrobras em desenvolver projetos, mas a disponibilidade da empresa em concentrar tantos negócios de uma só vez”, comentou Paula Kovarsky, do Itaú. “Mas em quanto tempo isso seria disponibilizado, e qual a capacidade da cadeia do petróleo em atender a esta demanda?”, indagou, lembrando que é possível prever que o governo queira acelerar o desenvolvimento destas áreas para ter um retorno mais rápido sobre o petróleo explorado nesta nova modalidade.
Já os executivos do setor optaram por manter-se completamente calados em relação às perspectivas do governo com relação à Petrobras. A resposta oficial do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP) é de que só haverá comentários da entidade após uma versão oficial sobre as novas regras do novo marco regulatório. Entre dez executivos do setor que a Agência Estado entrou em contato, pelo menos oito responderam da mesma maneira. Outros dois comentaram – sem querer se identificar – que há um temor pela concentração de tamanha riqueza numa empresa que, apesar ter o governo como sócio majoritário, tem ações no mercado.
ENCONTRO
A ministra-chefe do gabinete civil do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e candidada do governo à presidência, Dilma Rousseff, se reuniu ontem com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para ratificar as boas relações bilaterais, à margem de um encontro de empresários em Washington. A audiência com Obama na Casa Branca “foi uma manifestação muito forte de apoio, algo muito significativo, levando-se em conta todas as atividades do presidente”, disse Dilma Rousseff, que é a candidata de Lula para a eleição de 2010. A ministra Dilma, que presidiu IV Reunião do Foro Brasil-Estados Unidos de dirigentes de empresas, ao lado do secretário local do Comércio, Gary Locke, destacou que “Obama felicitou os empresários” por sua contribuição nas relações entre Brasil e Estados Unidos.
Dilma Rousseff disse em entrevista coletiva que Obama concorda com a necessidade de se “combater o protecionismo”, especialmente neste momento de crise econômica mundial. O encontro com Obama também teve a participação do ministro de Desenvolvimento, Miguel Jorge, do secretário Locke, e dos assessores de Obama para Segurança Nacional, Jim Jones, e para Assuntos Econômicos Internacionais, Michael Froman.
Fale Conosco
22