Redação TN Petróleo/Assessoria
A Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ) vai ampliar e modernizar o trecho mais antigo do Porto do Rio de Janeiro - o Cais da Gamboa, inaugurado em 1910. As obras estruturais, no valor de R$ 104 milhões, serão realizadas para permitir o aprofundamento dos berços de atracação e viabilizar a operação com navios de maior porte. No último dia 4 de fevereiro, foi assinado o contrato com o Consórcio Porto Rio, vencedor da licitação. A previsão é de que as obras sejam iniciadas em abril deste ano e concluídas no final do primeiro semestre de 2023.
As obras, que serão fiscalizadas pela Superintendência de Engenharia da Docas do Rio, contemplarão uma extensão de 600 metros do Cais da Gamboa. Segundo o superintendente de Engenharia, Roberto Catalão, esse trecho do cais possui uma base de fundação de forma metálica com um muro duplo de pedras de cantaria de granito, preenchidos com concreto ciclópico – uma estrutura projetada e construída com as técnicas disponíveis à época para um calado de 9 metros. "Essa profundidade não atende mais a maioria dos navios modernos, que necessitam de, pelo menos, 13,5 metros, mas para aumentarmos esse calado operacional, precisamos modernizar as estruturas originais, que não suportariam uma dragagem", explicou Catalão.
O diretor de Gestão Portuária da Docas do Rio, Mário Povia, ressaltou que, após a execução das obras de modernização do cais, a Autoridade Portuária pretende realizar a dragagem do trecho: "Para o desenvolvimento de novos negócios e melhoria das condições de atratividade do Porto do Rio de Janeiro, é imperativo o aumento do calado operacional dessa área, que passará a receber navios de maior porte, permitindo a otimização do uso de uma infraestrutura que é fundamental para o porto, que a partir de então estará apto a captar novas cargas e novas linhas de navegação".
Para o superintendente de Gestão Portuária do Rio de Janeiro e Niterói, Leandro Lima, com a execução dessas obras, o Porto do Rio de Janeiro atingirá um melhor desempenho no uso da retroárea, na logística de transporte interno e na segurança das operações, captando maior fluxo de cargas: "Esse trecho do Cais da Gamboa tem uma grande vocação para movimentar diversos tipos de carga geral e granéis, como trigo, ferro gusa, concentrado de zinco, cargas de apoio às atividades offshore, entre outros. Com a modernização do cais e o aprofundamento do acesso aquaviário, esse mix de cargas será mais variado e rentável, podendo até duplicar a demanda".
A Autoridade Portuária informou que os estudos realizados confirmam a viabilidade técnica, socioeconômica, financeira e ambiental dessa intervenção, que não vai modificar as condições atuais do meio ambiente e manterá as características básicas do cais existente. As etapas das obras incluirão: a execução de estacas para dar suporte à nova viga de coroamento do cais; injeção de nata ou solo de cimento que funcionará como uma parede de contenção para impedir a erosão abaixo do muro do cais; vigas de coroamento, uma sobre o cais atual e outra a cerca de 5 metros, apoiada nas novas estacas; e lajes pré-moldadas com capa de concreto, apoiadas nas vigas de coroamento.
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