ANP

Discussão sobre produção em áreas comuns

Valor Econômico
27/06/2008 12:03
Visualizações: 249 (0) (0) (0) (0)

A Agência Nacional do Petróleo (ANP) se prepara para decidir o primeiro caso de unitização no Brasil em que uma parte do reservatório se estende por uma área ainda sob controle da União. O fenômeno ocorre em vários reservatórios encontrados no pré-sal da bacia de Santos e por isso a regulamentação do tema é aguardada com grande expectativa. Segundo a ANP, o assunto será colocado em audiência pública em dezembro. A unitização é o termo usado no mercado de petróleo para definir como será a exploração individual de uma reserva quando ela é compartilhada por diferentes blocos, concedidos a diferentes empresas ou se uma parte da reserva ainda não foi licitada e pertence à União. 


O campo da Petrobras que se estende para área da União é Caxaréu, no bloco BC-60, no pré-sal de Campos. Victor Martins, diretor da ANP responsável pelas autorizações para desenvolvimento da produção, diz que, no caso de uma área da União, tanto a Lei 9.478/97 (do Petróleo) como o contrato de concessão da 2 rodada deixam claro que a ANP "poderá agir como se fosse o concessionário de tal área, para efeito da negociação e celebração do acordo para individualização da produção". 


Segundo Martins o contrato também prevê que a ANP poderá, em qualquer tempo durante a negociação, licitar o bloco se essa for a orientação do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). 


A existência de reservatórios no pré-sal que se estendem por concessões dadas a empresas diferentes e se espalhando por áreas ainda da União coloca a discussão da unitização em nível mais crítico. A área mais conhecida até agora está no prospecto Pão de Açúcar, onde os blocos BMS-9 (Carioca e Guará) e o BM-S-22, operado pela Exxon, parecem estar em cima de um único reservatório que se estende para áreas da União - que ainda detém a maior parte da reserva. 


Ele admite que o tema é complexo, mas diz que a ANP tem os instrumentos para coordenar o processo, de modo a preservar os interesses da União e o poder decisório do governo. Uma pergunta ainda sem resposta pela ANP é sobre a origem dos bilionários recursos necessários para o pré-sal caso a União assuma os campos. É comum na indústria que os governos sejam financiados por empresas privadas. Se for esse o desenho, o Estado perde o bônus de assinatura. 


Perguntado sobre o interesse do governo em mudar o regime de concessão do pré-sal, Martins acha fundamental "tratar coisas diferentes de forma diferente". Acha que a unitização do pré-sal terá de ser conduzida como qualquer outra do pós-sal, seguindo a legislação vigente e os contratos assinados. Mas defende um aumento imediato das alíquotas da Participação Especial (PE), dada a elevação dos preços do petróleo no mercado internacional. Isso pode ser feito por meio de mudanças no decreto 2705/98, sem precisar esperar a decisão sobre mudanças no modelo. "É preciso separar a discussão. O Estado brasileiro está perdendo dinheiro a cada trimestre e mudar isso é urgente." 


O resto, segundo ele, são questões complexas que podem inclusive implicar mudanças na Lei do Petróleo. Ele diz, porém, que um acompanhamento do noticiário que trata do assunto mostra pontos complexos e polêmicos, como a mudança entre beneficiários dos royalties e da PE, o direcionamento dos recursos, mudanças dos limites estaduais e intermunicipais e a criação de um fundo soberano. "Seria ingênuo supor que a discussão de um tema que tem essa multiplicidade de polêmicas vá ser feita de forma rápida. O momento é de extrema urgência e cautela." 


Sobre a discussão para criação de uma nova empresa, ele prefere não se manifestar. "Existem algumas questões políticas que estão fora do escopo regulatório da agência nessa discussão do que fazer com a riqueza que se vislumbra no pré-sal. E isso eu não vou comentar. São questões extremamente complexas e técnicas que hão de requerer um tratamento técnico e especializado para que o interesse nacional seja preservado com a maior amplitude possível." 

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Reunião
ORPLANA participa de reunião do Conselho Nacional de Rec...
11/09/24
Marketing
PPSA anuncia atualização da marca
11/09/24
ANP
XII Seminário de Segurança Operacional e Meio Ambiente d...
11/09/24
Pré-Sal
Petrobras bate novo recorde de processamento de petróleo...
10/09/24
Baixo Carbono
Estudos de negócios de baixo carbono serão realizados en...
10/09/24
Metanol
Maersk apresenta primeiro navio movido à metanol a naveg...
09/09/24
MME
Previsto para junho de 2025, estudo irá avaliar os efeit...
09/09/24
Etanol
Tereos lança relatório de Sustentabilidade da safra 23/24
09/09/24
Transição Energética
RCGI apresenta resultados do projeto de pesquisa sobre p...
09/09/24
Mudanças Climáticas
Gás natural é uma saída sustentável e segura para proble...
09/09/24
Etanol
Hidratado volta a cair e anidro fecha a semana em alta
09/09/24
Cooperação
Petrobras e Embrapa assinam cooperação para pesquisas em...
06/09/24
Drilling
Navio-sonda Norbe VIII chega ao RS para manutenção progr...
06/09/24
Premiação
World Refining Association premia Replan com Refinaria d...
06/09/24
Oferta Permanente
ANP aprova minutas de edital e modelos de contrato para ...
06/09/24
Hidrogênio
ANP produz relatório sobre o marco legal do hidrogênio d...
06/09/24
ANP
Aprimoramento das resoluções sobre dados digitais de poç...
05/09/24
Onshore
ANP mantém entendimento sobre poços órfãos
05/09/24
ANP
Gás natural: revisão das especificações e controles de q...
05/09/24
ANP
Agenda regulatória 2025-2026 da ANP passará por consulta...
05/09/24
Gás Natural
NTS lança o ConnectGas
05/09/24
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.