Valor Econômico
O diretor financeiro da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, que vem sendo cotado para presidir a Petrobras em caso de saída do atual presidente, José Eduardo Dutra, rebateu avaliações negativas de analistas do mercado sobre a gestão da companhia no governo PT em matéria publicada, na terça-feira, no Valor.
O jornal ouviu analistas, que pediram para não serem identificados. Eles avaliaram que a Petrobras sob o comando de um político do PT, no governo Lula, sofreu piora na governança corporativa. E gastou mais sem a contrapartida de aumento de capacidade produtiva, o que teria em parte sido provocado pela decisão de ampliar encomendas no Brasil.
Em nota enviada ao Valor, Gabrielli citou prêmios de governança recebidos, como o da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) e o de melhor programa de relações com investidores individuais, atribuído pela americana "Investor Relations Magazine". E rebateu, entre outras, as críticas sobre atraso de projetos encomendados no Brasil.
"Não existe nenhuma evidência de que projetos executados no exterior sejam mais vantajosos, seja do ponto de vista de prazo ou de custo", disse. Citou como exemplos as plataformas P-43 e P-48, atuais responsáveis pelos seguidos aumentos da produção, que "foram construídas pelo mesmo contratista, uma no exterior e outra no Brasil, com uma diferença de apenas dois meses entre o início de produção de cada uma". Também ressaltou que a produção de petróleo saltou da média de 1,5 milhão de barris em 2004 para 1,637 milhão por dia em junho de 2005. Como contraponto, lembrou que a P-50 , construída parcialmente em Cingapura, foi entregue com atraso de 14 meses.
Ele rebateu as críticas de houve aumento de gastos sem aumentar a capacidade de produção e refino. Citou investimentos nas refinarias Replan (SP) e Repar (PR), que aumentaram de 77% para 79% a carga de petróleo nacional processada no país. Gabrielli lembrou, ainda, a iniciativa da área de gás e energia de reduzir a exposição financeira da companhia e destacou que entre 2004 e 2005 a Petrobras contratou a construção e afretamento, de novas plataformas de produção, com investimentos superiores a R$ 8 bilhões, que permitirão produzir mais 740 mil barris/dia.
Sobre o aumento dos gastos da empresa, lembrou que todos os setores da indústria de petróleo mundial estão sob pressão devido à alta do barril. Exemplo disso são os custos de aluguel diário de plataformas de perfuração e sondas, que subiram entre 9% e 107% dependendo da aplicação.
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