Debate

Desenvolvimento tecnológico é fundamental para atender o crescimento de demanda

Discussão é o principal objetivo do Congresso da ISSCT.

Redação TN
20/03/2013 00:48
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Promover o intercâmbio de ideias e conhecimento sobre o desenvolvimento tecnológico do setor sucroenergético é o principal objetivo da 28ª edição do Congresso da ISSCT (International Society of Sugar Cane Technologists), que acontece entre os dias 24 a 27 de junho de 2013, no Transamérica Expo Center em São Paulo-SP. Para o presidente do Comitê Organizador do Congresso, o presidente do Conselho de Administração da Cosan, Rubens Ometto Silveira Mello, a inovação será fundamental para fazer o Brasil ter papel de líder e suprir o crescimento da demanda mundial por açúcar, etanol e energia. O empresário comandará o painel de abertura do evento e falará sobre os desafios do setor sucroenergético.

 

Rubens Ometto Silveira Mello adianta alguns pontos que tratará durante a plenária inaugural do ISSCT, entre eles a necessidade das empresas se adaptarem à nova realidade. “A cana é uma cultura típica dos trópicos, que ainda tem como característica global uma longa intervenção dos estados nas economias açucareiras, modelo desenhado para a proteção dos países do hemisfério norte e implantado pelos países tropicais, numa relação de submissão e de privilégios. Um exemplo recente foi a vitoriosa luta brasileira, juntamente com Austrália e Tailândia, contra mecanismos protecionistas junto à OMC. Isso trouxe profundas mudanças no negócio açúcar e, em decorrência, para o agronegócio da cana-de-açúcar. Costumo dizer que desde então se pode notar, no setor produtivo brasileiro, dois tipos de empresas – as que aceitam as mudanças e buscam adaptar-se à nova realidade e as que resistem a elas e se fossilizam”, afirma Mello.

 

Para o empresário, esta nova realidade global apresenta uma tendência clara do crescimento acelerado da demanda mundial por alimentos, fibras e energia, entre outros produtos. Rubens Ometto Silveira Mello considera que o Brasil tem nesse novo mundo “uma importância geopolítica extraordinária” e que precisa estar preparado para assumir seu papel de liderança. “O mundo com seus limites físicos e com as crescentes restrições ambientais estará muito dependente das regiões tropicais e, nestas, o Brasil será líder inconteste. Não por menos, tanto a ONU (FAO) como a OCDE vêm indicando o peso do Brasil na oferta de commodities agrícolas, que deverá responder por 40% do crescimento da produção que atenderá o chamamento do consumo. Iremos viver, nas próximas décadas, um aumento de população e de sua renda per capita, em rápido processo de urbanização, que não se viu antes. Tratar-se-á de um movimento global intenso e com impactos geopolíticos de grande repercussão, para os quais é preciso estar preparado”, destaca Mello.

 

Nesse cenário, o empresário vê o desenvolvimento tecnológico como fundamental e estratégico. É por isso que considera louvável o papel da STAB em promover pela terceira vez o ISSCT no Brasil. “Quero prestar minha homenagem à STAB (Sociedade dos Técnicos Açucareiros Alcooleiros do Brasil) pelo papel preponderante que tem tido no desenvolvimento tecnológico, divulgação e imagem do Brasil no campo da cana-de-açúcar. Considero muito feliz a escolha do país para a realização do Congresso da ISSCT, não só pela liderança que exerce no setor canavieiro, mas, também, pelos exemplos a mostrar. O Congresso tem fases “pré” e “pós”, com visitas importantes, nas quais muitos técnicos estrangeiros poderão melhor entender as inovações que fizemos. A STAB, mais uma vez, fará uma nova grande contribuição ao mundo canavieiro”, ressalta.

 

O presidente desta 28º edição do ISSCT afirma ainda que congressistas estrangeiros que participarem do evento têm muito a aprender sobre os exemplos brasileiros quando o assunto é inovação e desenvolvimento.  “Entre vários aspectos que compõem os diferenciais brasileiros, os visitantes conhecerão a flexibilidade industrial das fábricas, os programas de variedades e de biotecnologia, o acelerado processo de mecanização agrícola e o modelo de remuneração da matéria-prima e a função dos preços dos produtos finais nos mercados”, enumera.

 

 

Inovação e desenvolvimento

 

Para Rubens Ometto Silveira Mello, o investimento em tecnologia para atender os desafios da demanda é a “questão síntese” do que espera o setor sucroenergético brasileiro, com a consciência do seu peso, mas vivendo um momento de desequilíbrio. “É justamente esse o momento das oportunidades, não do acovardamento. É o momento da lógica econômica, corrigindo a supervalorização dos ativos, premiando a eficiência e os investimentos e, atraindo capital”, avalia.  Por outro lado, o empresário entende que será fundamental revigorar os ganhos de produtividade e a redução dos custos de produção. “Para isso, não só será fundamental maior investimento em objetivos programas de pesquisa, como também treinamento dos recursos humanos voltados a um eficaz processo de produção agroindustrial. Agregar valor aos carboidratos e fibras produzidos será extremamente importante ao setor sucroenergético”, complementa Mello.

 

Mas destaca que investir ainda mais em inovação para enfrentar os desafios das demandas do consumo é uma questão capital, uma oportunidade que o país não pode perder. “O Brasil tem a mais limpa matriz energética do planeta, com mais de 45% de renováveis enquanto o mundo, incluído o Brasil, tem 13%. Segundo a Mckinsey, a demanda somente de biocombustíveis crescerá 3,5 vezes nos próximos 17 anos. Nesta análise, projeta-se que 30% do crescimento virá com o etanol celulósico de 2ª geração, após 2020. Isso será outra revolução verde, para traçar um paralelo com o que se viu antes. Os ganhos do uso integral das plantas viabilizará o menor emprego de terras para esse fim, liberando áreas para a produção de alimentos”, analisa.

 

E para concluir, o empresário cita o biólogo Fernando Reinach, que diz que o Brasil tem vocação para inovações radicais. “Segundo ele, essa vocação estaria nos setores em que o Brasil é líder, se possível, isolado. Nesses segmentos, ressaltou, não temos de onde importar tecnologias. Fica mais fácil imaginar que isso possa acontecer na agricultura tropical, em serviços relacionados a florestas ou mesmo em biocombustíveis. É preciso o inovador, quem o financie e quem absorva essa inovação. Saber dosar o papel dos setores como o agronegócio e o de petróleo e gás natural será o grande mérito do Brasil. Espero que tenhamos maturidade para isso”, finaliza Mello.

 

Terceira vez no Brasil

 

Realizado pela STAB Nacional (Sociedade dos Técnicos Açucareiros Alcooleiros do Brasil) e com operação da Reed Multiplus, marca associada à Reed Exhibitions Alcantara Machado, o Congresso, que está em sua 28ª edição, sendo esta a terceira vez realizado no Brasil, é composto também pelo pré e pós congresso e por uma exposição internacional com os principais fabricantes de tecnologia aplicada à agroindústria de cana-de-açúcar. O evento terá como Presidente Honorário, o Coordenador do Centro de Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas, Roberto Rodrigues; como Presidente, o presidente do Conselho de Administração da Cosan, Rubens Ometto Silveira Mello; como Vice-Presidente, o Presidente Nacional da STAB, José Paulo Stupiello; Paulo Uchoa (Syngenta), como Secretário/Tesoureiro; Raffaella Rosetto (APTA/IAC) como Gerente Geral e como Coordenador do Pós-Congresso e Exposição, Flavio Castelar ( APLA/APLEX).

 

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