Siderurgia

Demanda fraca afeta o resultado da CSN

<P>A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) obteve lucro líquido de R$ 369 milhões no primeiro trimestre deste ano, valor 52% inferior ao apurado em igual período do ano passado. A queda refletiu o menor lucro operacional da companhia em função da retração na demanda de produtos siderúrgicos ...

Jornal do Commercio
15/05/2009 00:00
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A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) obteve lucro líquido de R$ 369 milhões no primeiro trimestre deste ano, valor 52% inferior ao apurado em igual período do ano passado. A queda refletiu o menor lucro operacional da companhia em função da retração na demanda de produtos siderúrgicos no período, em virtude da crise econômica global.


A companhia vendeu 643 mil toneladas de produtos siderúrgicos de janeiro a março, com queda de 54% sobre igual período de 2008. Do total, 560 mil toneladas foram vendidas no mercado interno e 83 mil toneladas no mercado externo, com quedas respectivas de 50% e de 70%. Em relação ao quarto trimestre do ano passado, os preços médios caíram 7%, para R$ 2.372 por tonelada.


Nessa comparação de períodos, os preços no mercado interno caíram 6%, para R$ 2.403 por tonelada, compensados parcialmente pelo mix de produtos, enquanto os preços no mercado externo recuaram 19%, para R$ 2.160 por tonelada. Com a redução das vendas e os menores preços, a receita líquida da CSN caiu 19% entre os primeiros trimestres e 28% ante o quarto trimestre do ano passado, para R$ 2,444 bilhões.


Assim como a Vale e outras mineradoras, a CSN está vendendo minério de ferro com 70% do valor a preço de benchmark, firmado em 2008, e outros 30% em aberto, a serem definidos após a fixação do novo preço do minério para 2009. A política foi adotada em dezembro do ano passado. Na prática, isso equivale a um desconto provisório de 30%.


Da receita líquida total, 66,9% foram obtidos no mercado interno e 33,1%, no mercado externo. Por segmento, 63% foram provenientes do aço, 26% do minério de ferro e 11% de outros produtos. As vendas de minério de ferro da CSN atingiram recorde histórico no primeiro trimestre: 5,4 milhões de toneladas, 9% acima do quarto trimestre de 2008. As exportações também atingiram a marca histórica de 4,9 milhões de toneladas, 27% acima do trimestre anterior. O volume de produção de minério de ferro atingiu 6,5 milhões de toneladas, 8% abaixo do quarto trimestre de 2008.


Segundo o diretor de Mineração da CSN, Jaime Correa, o crescimento nas vendas de minério de ferro era previsto e vem do plano estratégico de expansão do negócio de mineração que começou em 2006, com os projetos TK, Casa de Pedra e Namisa. Além disso, a China, que até o ano passado representava cerca de 50% do mercado transoceânico de minério de ferro, passou a representar 80% neste ano. “Quando se olha em termos de aço, a China já está respondendo por quase a metade da produção mundial. Hoje as vendas se concentram lá”, afirmou.


A produção de aço bruto da usina Presidente Vargas, da CSN, caiu 12% entre os primeiros trimestres, para 1,087 milhão de tonelada. Diante do novo patamar de demanda, a produção de laminados caiu 46,3% entre os primeiros trimestres, para 627 mil toneladas.


Segundo o diretor executivo de Produção da CSN, Enéas Diniz, a previsão é de que a produção da companhia caia 25% este ano. “Com os custos que estamos obtendo hoje em função da velocidade que adotamos para buscar competitividade, há grande chance de retornar. Precisamos de umas duas semanas para formalizar essa conclusão”, afirmou em teleconferência com jornalistas.


Aços planos. Com relação às vendas de aços planos, a previsão da CSN para 2009 é de queda de 20%. Segundo o diretor comercial da companhia, Luiz Fernando Martinez, a demanda de aços caiu 48% entre os primeiros trimestres, para 1,6 milhão de toneladas. “Para que a projeção de queda de 20% se concretize vamos trabalhar com incremento de volumes nos próximos trimestres”, disse. A CSN espera vender no ano 4 milhões de toneladas de produtos siderúrgicos, incluindo exportações.


Martinez informou que a CSN quer aumentar a participação de mercado em alguns setores, como o automotivo.

“No primeiro trimestre a venda de carros foi muito boa e a de aço muito baixa, porque havia muito estoque na cadeia. De maneira geral, isso ocorreu em todos os setores. Olhando para os próximos trimestres, todos os setores têm algum diferencial que vai ajudar a alavancar as vendas, seja por redução de imposto ou pelo aumento de consumo”, avaliou.


O executivo também disse que a CSN trabalha com redução de 7% a 8% nos preços neste ano, ante queda de 10% a 12% anunciada pela concorrência. “A CSN é sempre bastante seletiva no que diz respeito a questão de rentabilidade, preço e margem e estamos estudando e negociando caso a caso, com cada um dos segmentos, porque muitas vezes a demanda não é só preço. Tem setor que está alavancado e precisa de condição de prazo diferenciado”, explicou Martinez.


A folha metálica também terá aumento nos próximos trimestres. Nesse mercado, afirmou ele, a CSN quer focar mais os grandes envasadores do que os fabricantes de lata. “Estamos com foco em Ambev, Unilever, Basf, Coral etc para trazer mais volume e mais valor agregado para a companhia”, considerou.


A CSN também quer reduzir seus custos, entre 25% e 30% no segundo trimestre, principalmente os relacionados aos preços das commodities. De dezembro do ano passado para março deste ano, o custo total de produção siderúrgica da CSN caiu 5,9%, para R$ 1,44 bilhão, devido à redução de preços das matérias-primas como placas e bobinas de terceiros, carvão, coque e minério de ferro , além de mão de obra, gás natural e suprimentos e serviços de terceiros.


A CSN investiu R$ 389 milhões no primeiro trimestre deste ano, dos quais R$ 156 milhões foram aplicados na controladora e o restante nas controladas, como CSN Aços Longos, MRS Logística, CSN Cimentos, Transnordestina Logística e Namisa. Para 2209, a empresa prevê investir cerca de US$ 1 bilhão

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