Etanol

De março de 2003 a abril de 2021, o Brasil evitou com o uso do etanol a emissão de 556 mi t de CO2 na atmosfera

Redação TN Petróleo/Assessoria Unica
02/06/2021 20:01
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Entre março de 2003, data de lançamento da tecnologia flex, e abril de 2021, o consumo de etanol (anidro e hidratado) evitou a emissão de mais de 556 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera, aponta levantamento da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA). O volume é equivalente às emissões anuais somadas de Argentina, Venezuela, Chile, Colômbia e Uruguai.

O levantamento teve como base a metodologia de aferição de padrão de emissões de gases de efeito estufa (GEE) dos combustíveis, estabelecida pela Política Nacional de Biocombustíveis – RenovaBio, e utilizou dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Atualmente, 86% do etanol comercializado no país está certificado no RenovaBio, garantindo a rastreabilidade e a efetividade da redução de emissões e a nulidade do desmatamento direto e indireto.

“A pandemia da COVID-19 reforçou a urgência de tomarmos medidas efetivas de combate às mudanças climáticas. No Brasil, como em nenhuma parte do mundo, temos uma madura indústria de combustíveis renováveis, que vem contribuindo ano após ano para a redução da emissão de gases de efeito estufa”, analisa Evandro Gussi, presidente da UNICA. “A relevância do etanol na transição para uma economia de baixo carbono é destacada em relatório da Agência Internacional de Energia (International Energy Agency – IEA), que aponta o protagonismo de políticas como Renovabio para que as emissões sejam zeradas até 2050”, complementa.

Quando avaliado o ciclo de vida completo do combustível, o etanol reduz as emissões de CO2 em até 90% em relação à gasolina. O biocombustível é reconhecido internacionalmente por sua baixa pegada de carbono e por não representar risco às florestas nativas. As lavouras de cana-de-açúcar destinadas à produção de etanol ocupam apenas 0,8% do território nacional e são localizadas a mais de 2 mil quilômetros da Amazônia.

A sustentabilidade da cadeia é ampliada pela utilização dos subprodutos da produção de etanol para a geração de energia elétrica de baixo carbono. Em 2020, a bioeletricidade ofertada para a rede pelo setor sucroenergético cresceu 1% em relação a 2019, com um volume de 22.604 GWh. Desse total, 83% foram ofertados entre maio e novembro, período seco. Tratou-se de uma geração equivalente a ter poupado 15% da água disponível associada à energia máxima que poder ser gerada nos reservatórios das hidrelétricas do submercado Sudeste/Centro-Oeste

Por ser de baixo carbono, estima-se que a geração de bioeletricidade de cana em 2020 tenha evitado adicionalmente a emissão de 6,3 milhões de toneladas de CO2, marca que somente seria atingida com o cultivo de 44 milhões de árvores nativas ao longo de 20 anos.

A cana-de-açúcar responde por 19,1% de toda a oferta primária de energia no País, levando em conta etanol e bioeletricidade, e 39,5% de toda a energia renovável, segundo o Balanço Energético Nacional 2021, publicado pela Empresa de Pesquisa Energética. A cultura é crucial para o atingimento das metas estabelecidas pelo Brasil no Acordo de Paris e para o avanço socioeconômico e ambiental dentro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).

Reflorestamento

Além de produzir biocombustível e energia elétrica com baixa carbono, o setor sucroenergético brasileiro tem sido um importante agente de recomposição e preservação de florestas. Mais de 46,6 milhões mudas nativas foram plantadas no estado de São Paulo desde 2007, segundo dados do Protocolo Etanol Mais Verde, divulgados pelo Governo do Estado de São Paulo (número exato: 46.674.586). O setor atingiu essa marca após plantar 2,96 milhões de mudas de espécies nativas na safra 2020/2021, que se encerrou em 31 de março de 2021.

Parte significativa dessas mudas é alocada ao longo de cursos d’água e ao redor de nascentes. Até o momento, as 117 empresas e os 5.121 fornecedores de cana signatários do Protocolo Etanol Mais Verde contabilizam a restauração de 132.285 hectares de matas ciliares, o equivalente a área de mais de 132 mil campos de futebol, e a proteção de 7.315 nascentes, localizadas em propriedades das usinas e de fornecedores de cana.

Ao longo das últimas décadas o setor sucroenergético revolucionou sua forma de produzir, adotando práticas que tornaram os produtos referências mundiais de sustentabilidade. A queima da cana foi eliminada; adotou-se a colheita mecanizada, o controle biológico e a fertirrigação, reduzindo o uso de insumos agrícolas; houve a requalificação massiva de mão de obra e o investimento em tecnologias de agricultura 4.0, que garantem produtividade, eficiência operacional, proteção ambiental e de recursos naturais.

“A sustentabilidade é um diferencial estratégico do setor sucroenergético reconhecido no Brasil e no mundo, e faz parte da proposta de valor dos produtos advindos da cana-de-açúcar, essenciais para a retomada sustentável do crescimento econômico do país”, complementa Gussi.

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