Prejuízo

Crise já afeta tráfego de contêineres no Porto

<P>A crise financeira dos Estados Unidos já provoca reflexos no comércio exterior brasileiro. Em apenas um dia o dólar sofreu fortes oscilações e disparou alcançando ontem R$ 2,20. Este cenário já preocupa quem trabalha diretamente com o Porto de Santos. Na reunião desta semana do Comitê d...

Diário do Litoral
07/11/2008 00:00
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A crise financeira dos Estados Unidos já provoca reflexos no comércio exterior brasileiro. Em apenas um dia o dólar sofreu fortes oscilações e disparou alcançando ontem R$ 2,20. Este cenário já preocupa quem trabalha diretamente com o Porto de Santos. Na reunião desta semana do Comitê de Infra-estrutura e Logística, realizado na Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), o gerente-executivo do Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado de São Paulo (Sindamar), José Roberto Mello, revelou que desde o início da crise americana o tráfego de contêineres no Porto de Santos já sofreu redução de 25%.

“As projeções para 2009 precisam ser revistas, porque seremos respingados pela crise de lá (Estados Unidos)”, afirmou Mello.
Ainda de acordo com o gerente-executivo, o frete marítimo também está mais caro. “Antes eram cobrados 1200 dólares por contêiner, hoje o valor já está mais alto e chega a 1500 dólares”, apontou.

De acordo com o vice-presidente do Sindamar, José Roque, já há especulações de que escalas terão que ser reduzidas. “Estão cogitando avinda de navios maiores e com isso o numero de escalas diminuiria. Muitos associados estão preocupados mesmo é como mercado asiático”, afirmou.

Roque acredita que impactos maiores serão sentidos apenas no final do ano, por enquanto ele garante que não houve cancelamento de contratos. “Todos estão mantidos e as viagens seguem normalmente. Mas já podemos prever que diante da alta do dólar haverá restrição de compras de produtos nacionais”, disse.

A crise internacional e a queda nos preços das commodities – mercadorias como soja, açúcar e trigo – também anunciam tempos difíceis para as exportações brasileiras. No relatório anual divulgado pela Organização Mundial do Comercio (OMC), o Brasil caiu uma posição no ranking divulgado em Genebra, o Brasil ocupa o 24º lugar entre os maiores, com 1,2% do comercio internacional.

Em abril, a OMC havia colocado o Brasil na 23º posição, mas a consolidação dos dados acabou rebaixando o País, que foi superado pelos Emirados Árabes Unidos. Nações relativamente pequenas como Áustria, Suécia e Suíça mantêm maior participação no comércio mundial que o Brasil.

E se as exportações diminuírem, a tendência é de que o custo do frete também diminua. “Hoje o custo do frete já caiu para granel, mas nem sempre significa lucro. Às vezes o frete, por exemplo, chega a 100 mil dólares, mas o navio só vem carregado com granel que representa 50 mil dólares e mesmo assim você é obrigado a pagar os 100 mil (dólares). Ou seja, paga-se o frete referente ao dobro da carga, quando na verdade só está sendo transportado metade”, alerta Roque.

Em apenas um ponto, a queda nos preços das commodities favorece o mercado – no aluguel de navios. “Há alguns meses o aluguel por dia de um navio que transporta granel era cobrado por 180 mil dólares por dia”, avisa o vice-presidente do Sindamar.

Para o economista, Jorge Manoel de Souza Ferreira, ainda é cedo para prever se o Porto de Santos será muito afetado pela crise financeira dos Estados Unidos, porém, segundo ele, tudo leva a crer que haverá que haverá retração no mercado. ´´As importações estão relacionadas à demanda da economia interna, se ela sofrer retração com certeza teremos queda nas importações, mas acredito que com a proximidade do Natal os pedidos fechados não serão cancelados``, avisa.

Mesmo assim, Ferreira não acredita que este tipo de situação gere grandes impactos. ´´Mesmo caindo a importação, o volume de exportação é muito grande e consegue compensar as perdas no Porto``, afirma.

Quanto às exportações, devem ser mais atingidos os produtos manufaturados. O Brasil exporta muita commoditie, como suco de laranja. Já os eletrônicos, veículos, por exemplo, podem sofrer uma queda maior. Aumento não, mas queda sim``, conclui o economista.

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