Negócios

Créditos de Itaipu criaram atrito

BNDES e Eletrobras disputam.

Valor Econômico
14/10/2013 12:52
Visualizações: 227 (0) (0) (0) (0)

 

Créditos de Itaipu criaram atrito entre BNDES e Eletrobras
Depois de provocar críticas e entrar na lista de malabarismos fiscais do governo Dilma Rousseff, os créditos de Itaipu também foram motivo de disputa entre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Eletrobras.
O BNDES não gostou das datas nas quais Itaipu fez os pagamentos do contrato de cessão onerosa e foi em busca de um responsável para ressarcir perdas com variação cambial, coisa de R$ 200 mil a R$ 300 mil, conforme apurou o Valor PRO, serviço em tempo real do Valor. Cifra irrisória para quem está acostumado com contas de, no mínimo, seis dígitos.
Pela Medida Provisória nº 600, a União foi autorizada a ceder onerosamente ao BNDES as parcelas que tem a receber de Itaipu. Em troca, o banco dá ao governo títulos da dívida pública ou ações. Com esses recursos, o governo engorda a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que é utilizada para cobrir os custos da redução na tarifa de energia e da geração térmica.
Desde a autorização para esse tipo de operação, dada pela MP datada de 28 de dezembro de 2012, foram feitas duas operações de cessão onerosa, totalizando R$ 1,987 bilhão, de acordo com o Tesouro Nacional.
O BNDES, por meio de ofícios, queria que a União resolvesse a pendência relativa às diferenças apuradas no pagamento das parcelas de junho e julho efetuadas pela Itaipu Binacional. Pelo entendimento do banco, a primeira parcela, com vencimento em 30 de junho, um domingo, deveria ter sido paga em 1º de julho, mas Itaipu pagou no dia 28 daquele mês. O mesmo ocorreu com a parcela vencida em 31 de julho, uma quarta-feira. Itaipu, por iniciativa própria, antecipou o pagamento para o dia 30.
Como as parcelas são definidas em dólares e depois convertidas em reais para depósito, o BNDES pleiteava ressarcimento da perda de variação cambial, já que os pagamentos foram feitos em datas diversas daquelas esperadas pelo banco.
Isso levou o Tesouro a consultar a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) "em caráter de urgência" a fim de saber se a demanda do BNDES era procedente e a quem caberia pagar a conta. As cláusulas do contrato firmado entre a Eletrobras e o Tesouro, no entanto, pesam a favor de Itaipu. Como o documento prevê o pagamento até o último dia de cada mês (o importante no contrato é o "até"), o BNDES não tem direito de receber as aludidas perdas com variação cambial.
Questionado, o BNDES apontou que houve uma diferença de entendimentos sobre as cláusulas do contrato. Segundo o banco, a questão já foi resolvida sem prejuízos à instituição e, por ora, não há outras operações semelhantes em perspectiva.
O fato é que não ocorreram e não devem mesmo ocorrer novas operações do gênero. Em 22 de julho, depois de uma série de reportagens na imprensa e questionamentos sobre as operações envolvendo os aportes de recursos na CDE, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que os recebíveis de Itaipu voltariam a ser receita primária do governo.
Além dessa possibilidade de cessão onerosa, que acabou não dando muito certo, o governo pode colocar títulos diretamente em favor da CDE. É o que tem feito. Essas operações totalizam R$ 6,4 bilhões, o que somado às duas cessões onerosas eleva a conta de capitalização da CDE para R$ 8,35 bilhões. Essa fatura vai passar dos R$ 10,3 bilhões, pois na última revisão de Orçamento apareceu uma linha de R$ 1,968 bilhão de auxílio à CDE. Conforme Mantega falou anteriormente, o custo, de fato, também passou a ser orçamentário.

Depois de provocar críticas e entrar na lista de malabarismos fiscais do governo Dilma Rousseff, os créditos de Itaipu também foram motivo de disputa entre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Eletrobras.


O BNDES não gostou das datas nas quais Itaipu fez os pagamentos do contrato de cessão onerosa e foi em busca de um responsável para ressarcir perdas com variação cambial, coisa de R$ 200 mil a R$ 300 mil, conforme apurou o Valor PRO, serviço em tempo real do Valor. Cifra irrisória para quem está acostumado com contas de, no mínimo, seis dígitos.


Pela Medida Provisória nº 600, a União foi autorizada a ceder onerosamente ao BNDES as parcelas que tem a receber de Itaipu. Em troca, o banco dá ao governo títulos da dívida pública ou ações. Com esses recursos, o governo engorda a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que é utilizada para cobrir os custos da redução na tarifa de energia e da geração térmica.


Desde a autorização para esse tipo de operação, dada pela MP datada de 28 de dezembro de 2012, foram feitas duas operações de cessão onerosa, totalizando R$ 1,987 bilhão, de acordo com o Tesouro Nacional.


O BNDES, por meio de ofícios, queria que a União resolvesse a pendência relativa às diferenças apuradas no pagamento das parcelas de junho e julho efetuadas pela Itaipu Binacional. Pelo entendimento do banco, a primeira parcela, com vencimento em 30 de junho, um domingo, deveria ter sido paga em 1º de julho, mas Itaipu pagou no dia 28 daquele mês. O mesmo ocorreu com a parcela vencida em 31 de julho, uma quarta-feira. Itaipu, por iniciativa própria, antecipou o pagamento para o dia 30.


Como as parcelas são definidas em dólares e depois convertidas em reais para depósito, o BNDES pleiteava ressarcimento da perda de variação cambial, já que os pagamentos foram feitos em datas diversas daquelas esperadas pelo banco.


Isso levou o Tesouro a consultar a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) "em caráter de urgência" a fim de saber se a demanda do BNDES era procedente e a quem caberia pagar a conta. As cláusulas do contrato firmado entre a Eletrobras e o Tesouro, no entanto, pesam a favor de Itaipu. Como o documento prevê o pagamento até o último dia de cada mês (o importante no contrato é o "até"), o BNDES não tem direito de receber as aludidas perdas com variação cambial.


Questionado, o BNDES apontou que houve uma diferença de entendimentos sobre as cláusulas do contrato. Segundo o banco, a questão já foi resolvida sem prejuízos à instituição e, por ora, não há outras operações semelhantes em perspectiva.


O fato é que não ocorreram e não devem mesmo ocorrer novas operações do gênero. Em 22 de julho, depois de uma série de reportagens na imprensa e questionamentos sobre as operações envolvendo os aportes de recursos na CDE, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que os recebíveis de Itaipu voltariam a ser receita primária do governo.


Além dessa possibilidade de cessão onerosa, que acabou não dando muito certo, o governo pode colocar títulos diretamente em favor da CDE. É o que tem feito. Essas operações totalizam R$ 6,4 bilhões, o que somado às duas cessões onerosas eleva a conta de capitalização da CDE para R$ 8,35 bilhões. Essa fatura vai passar dos R$ 10,3 bilhões, pois na última revisão de Orçamento apareceu uma linha de R$ 1,968 bilhão de auxílio à CDE. Conforme Mantega falou anteriormente, o custo, de fato, também passou a ser orçamentário.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Mudanças Climáticas
Gás natural é uma saída sustentável e segura para proble...
09/09/24
Etanol
Hidratado volta a cair e anidro fecha a semana em alta
09/09/24
Cooperação
Petrobras e Embrapa assinam cooperação para pesquisas em...
06/09/24
Drilling
Navio-sonda Norbe VIII chega ao RS para manutenção progr...
06/09/24
Premiação
World Refining Association premia Replan com Refinaria d...
06/09/24
Oferta Permanente
ANP aprova minutas de edital e modelos de contrato para ...
06/09/24
Hidrogênio
ANP produz relatório sobre o marco legal do hidrogênio d...
06/09/24
ANP
Aprimoramento das resoluções sobre dados digitais de poç...
05/09/24
Onshore
ANP mantém entendimento sobre poços órfãos
05/09/24
ANP
Gás natural: revisão das especificações e controles de q...
05/09/24
ANP
Agenda regulatória 2025-2026 da ANP passará por consulta...
05/09/24
Gás Natural
NTS lança o ConnectGas
05/09/24
Oferta Permanente
Cresce 70% o número de blocos sob contrato na fase de ex...
05/09/24
Energia elétrica
ANEEL aciona bandeira vermelha patamar 1
05/09/24
Energia Elétrica
ANEEL aciona bandeira vermelha patamar 1
05/09/24
Apoio Marítimo
Camorim anuncia lançamento de nova embarcação Azimutal
05/09/24
Reconhecimento
Foresea conquista Selo Prata no GHG Protocol
04/09/24
Brasil/China
Investimentos chineses crescem 33% no Brasil em 2023, co...
04/09/24
Logística
Petrobras concentra operações aéreas para o campo de Búz...
04/09/24
Transição Energética
Governo do Paraná e Aneel abordam políticas públicas e t...
04/09/24
Aviação
ANP e ANAC firmam acordo de cooperação técnica sobre com...
04/09/24
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.