Valor Econômico
Os principais executivos do grupo Cosan vão se reunir hoje, no Rio de Janeiro, com o conselho da Esso, para dar início às novas diretrizes da companhia. Uma das maiores companhias sucroalcooleira do mundo, a Cosan assumiu, na segunda-feira, 100% da gestão da distribuidora de combustíveis, que era controlada pela gigante do petróleo ExxonMobil International.
Segundo Paulo Diniz, vice-presidente de finanças e de relações com os investidores da Cosan, o grupo deverá manter a posição de consolidador na área de distribuição de combustíveis, assim como no setor de açúcar e álcool. “Vamos começar a discutir a estratégia para o grupo a partir de agora”, afirmou o executivo.
Em comunicado enviado na segunda-feira à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Cosan informou que o valor do negócio foi de US$ 715 milhões, além de dívidas de US$ 175 milhões. Em abril deste ano, quando a companhia anunciou a compra da Esso, a aquisição estava estimada em US$ 826 milhões, mais dívidas de US$ 163 milhões. O “desconto” reflete as negociações entre as duas partes nesses últimos meses, na qual a crise financeira global também foi levada em consideração para a reavaliação do valor do negócio.
A marca Esso permanecerá com o grupo Cosan nos próximos dez anos e depois poderá ser reavaliada. A companhia informou que o prêmio “Esso de Jornalismo” será mantido.
Marcos Lutz, vice-presidente comercial e de logística da Cosan, e que terá um papel importante na Esso, afirmou que o grupo concluiu financiamento do Bradesco de R$ 1,1 bilhão, volume de recursos que foi destinado ao pagamento da Esso.
Com a aquisição da Esso, a Cosan torna-se uma empresa produtora de combustíveis verticalizada, com uma rede de distribuição superior a 1.500 postos localizados em todas as regiões do Brasil. A empresa comercializa cerca de 5 bilhões de litros de álcool combustível, gasolina e diesel e 160 milhões de metros cúbicos de GNV, além de 127 mil metros cúbicos de lubrificantes produzidos no Rio de Janeiro, segundo comunicado da empresa. A sinergia entre as duas companhias unirá as 40 bases de distribuição de combustíveis da Esso às 18 existentes do grupo Cosan, e também permitirá uma redução de custos para as duas companhias.
Com 18 usinas de açúcar e álcool no Brasil, o grupo Cosan está posicionado como um dos maiores produtores de álcool do mundo. Em 2005, a companhia foi à Bovespa e tornou-se a primeira empresa do setor sucroalcooleiro a ter seus papéis negociados na bolsa. Em 2007, começou a negociar seus papéis em Nova York.
A companhia tornou-se alvo de cobiça de várias multinacionais, inclusive das petroleiras. O grupo, no entanto, não comenta negociações nesse sentido.
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