Petróleo

Corte da Opep deve ser de 1 milhão de barris

Gazeta Mercantil
17/11/2008 03:19
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A queda abrupta dos preços do petróleo para US$ 50 o barril, devido ao recuo da demanda, deixou a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) com a corda no pescoço e a fez anunciar uma reunião de emergência no dia 29 de novembro no Cairo, onde analistas prevêem um corte de um milhão de barris diários.

 

No dia 24 de outubro, a Opep havia realizado um primeiro corte de sua produção em 1,5 milhão de barris diários (b/d), que entrou em vigor no dia primeiro de novembro, o que não evitou que os preços seguissem caindo para menos de US$ 55 na bolsa de Nova York e para US$ 50,60 no pregão de Londres.

 

No dia 11 de julho deste ano, o petróleo havia alcançado um recorde histórico de mais de US$ 147 em Nova York e Londres, antes que o mundo desenvolvido entrasse em sua pior recessão desde os anos 30.

 

A Opep confirmou a realização desta reunião extraordinária no Cairo logo depois de a Agência Internacional de Energia (AIE) informar que a demanda por petróleo vai cair ao seu menor ritmo de crescimento em 23 anos.

 

"Nossa opinião é de que cortarão a oferta em um milhão de barris por dia. Se for demasiado, os sauditas podem aumentar sua produção rapidamente", disse à AFP Ehsan Ulhaq, chefe de pesquisa da consultora petrolífera JBC Energy, com sede em Viena.

 

Preço vai a US$ 50

 

De acordo com chefe de pesquisa, os preços chegarão perto dos US$ 50 este ano e no ano que vem, e não subirão para os US$ 80 até a segunda metade de 2009, quando as economias começarão a se recuperar. "Mas se as bolsas continuarem caindo, os preços poderão cair para menos de US$ 50", disse Ulhaq.

 

Irã apóia redução

 

O Irã, um dos falcões da Opep, juntamente com a Venezuela, afirmou na sexta-feira que vai apoiar a decisão de reduzir a oferta na reunião no Cairo. "Diante da queda dos preços e da instabilidade do mercado, o Irã apóia uma redução da produção", disse o representante do país na Opep, Mohamed Ali Jatibi, à agência de imprensa iraniana Mehr.

 

O departamento de Energia norte-americano anunciou na quinta-feira uma queda de 6,6% no consumo de produtos petrolíferos em um ano.

 

Economia de US$ 2 bi

 

De acordo com levantamento divulgado pela consultoria Petromatrix, com sede na Suíça, os consumidores norte-americanos estão gastando US$ 2 bilhões a menos com gasolina por semana em relação ao mesmo período do ano passado.

 

A AIE reduziu na quinta-feira em mais de 50% suas previsões sobre o crescimento da demanda em 2008, de 320.000 b/d para 120.000 b/d. "O desenlace mais provável" da reunião dos 12 países da Opep, incluindo a Venezuela e o Equador, no Cairo, será "um corte de um milhão de b/d", sustentou a Petromatrix em seu boletim na sexta-feira passada.

 

Atualmente a Opep fornece oficialmente 27,3 milhões b/d, cerca de 40% da oferta exportadora mundial. Julian Jessop, da capital Economics em Londres, advertiu que apesar dos cortes do cartel, uma queda da demanda das potências emergentes como a China e Índia torna "perfeitamente plausível um barril a US$ 30".

 

Deterioração da demanda

 

O fato de que os preços continuaram caindo depois da redução da produção da Opep, que entrou em vigor no dia 1° de novembro", destaca a impotência do cartel frente à rápida deterioração da demanda", disse. Jessop mantém suas previsões de um barril a US$ 50 para 2009 e 2010.

 

AIE prevê óleo a US$ 80

 

"O problema da Opep é que desconhece o nível exato da demanda da Índia e da China, os dados destes países não estão disponíveis facilmente", explicou Ulhaq. A AIE reduziu fortemente seu prognóstico de preços do petróleo para 2009, de US$ 110 para US$ 80 o barril.

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