Apesar do fraco desempenho da economia brasileira em 2019, a corrente de comércio fluminense deve fechar o ano em valores próximos aos de 2018, quando o estado registrou o maior fluxo internacional desde 2004. É o que estima a Firjan, com base nos dados da última edição do Rio Exporta, boletim que apresenta os resultados de comércio exterior no período de janeiro a outubro, e do Diagnóstico do Comércio Exterior do Estado do Rio, ambos elaborados pela federação.
Em apenas nove meses, a corrente de comércio alcançou US$ 41 bilhões, valor superior ao registrado ao longo dos anos de 2015 a 2017. Neste período, o montante oscilou entre US$ 29,7 bilhões e US$ 34,1 bilhões. Em 2018, atingiu US$ 54,3 bilhões. “O resultado dos primeiros nove meses do ano traz otimismo. Se olharmos a série histórica, já ultrapassamos muito o patamar dos três anos anteriores, até 2017, e podemos atingir um valor semelhante ao de 2018”, analisa Flávia Alves, especialista em Comércio Exterior da Firjan.
Considerando os dados de janeiro a outubro, a participação do Rio no comércio exterior do país permanece em 12%, ou seja, como segundo player entre os estados, superado apenas por São Paulo. O saldo comercial ficou positivo em US$ 4,2 bilhões. Se por um lado houve redução das vendas externas fluminenses para o Mercosul (–33%), devido à crise econômica argentina, por outro lado avançou o comércio com a China e os Estados Unidos.
Com o país oriental, principal parceiro fluminense, as compras de petróleo somaram US$ 10,4 bilhões, um incremento de 19% no acumulado do ano e de 25% nos últimos 12 meses. Além disso, o valor representa 81% das vendas de óleos brutos do Brasil para a China. “Para o último trimestre do ano, existe expectativa positiva de crescimento das exportações de outros produtos para aquele país, como tem sido verificado com a exportação de carne e soja”, observa Flávia.
Adyr Tourinho, vice-presidente da Baker Hughes Brazil & Oilfield Equipment Latam, também tem visão positiva sobre o momento. “Estamos otimistas com as oportunidades de crescimento no Brasil, tendo em vista o aumento da participação de operadoras de petróleo e gás internacionais e independentes”, afirma.
Com o mercado norte-americano, o destaque foi no comércio exclusive petróleo, no qual o Nafta foi novamente o principal bloco parceiro do Rio, puxado justamente pelas vendas para os Estados Unidos. Em valores, foram US$ 3,5 bilhões, 27% acima do mesmo período de 2018.
No que diz respeito ao desempenho por itens, as indústrias que apresentaram crescimento nas vendas para o exterior foram de coque e biocombustíveis (+54%); produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (+44%); e máquinas e equipamentos (+16%). E as indústrias mais impactadas negativamente nesse período do ano foram: veículos automotores (–36%), por conta da Argentina; produtos químicos (–26%); e metalurgia (–16%). No geral, houve redução de 9% na exportação de manufaturados.
Por sua vez, as importações foram impactadas pela diminuição nas compras de bens de capital e combustíveis (ambas com –27%), e ainda de bens de consumo (–16%). Entre os itens, houve queda de 30% na entrada de veículos automotores e 11% de produtos químicos. Por outro lado, houve aumento de 181% na importação de máquinas e equipamentos e de 150% de produtos do setor de metalurgia. As importações dos Estados Unidos também se destacaram, com incremento de 14%, com as compras de máquinas e aparelhos para terraplanagem, perfuração e afins se sobressaindo.
Balança comercial fluminense de janeiro a outubro 2019
Exportações: US$ 22,8 bilhões (–12%)
Importações: US$ 18,6 bilhões (–6%)
Corrente de comércio: US$ 41,3 bilhões
Saldo comercial: US$ 4,2 bilhões
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