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Coppe defende estímulos e metas para biocombustíveis e tratamento de água

Para o professor Marco Aurélio Freitas, do programa de Planejamento Energético da Coppe/UFRJ, o governo brasileiro está investindo menos nos biocombustíveis devido a um maior interesse no pré-sal. Com isso deixou de ser o maior produtor de etanol do mundo.

Redação
20/06/2012 14:10
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O Brasil e o mundo precisam de mais investimentos, incentivos governamentais e metas para a produção de biocombustíveis e o tratamento da água. Esse foi o recado que pesquisadores da Coppe/UFRJ, representantes de empresas e de organizações não-governamentais deixaram a quem participou do evento "Inovação para o futuro que queremos", realizado na terça-feira (19) no Parque dos Atletas, promovido pela General Eletric (GE) em parceria com a Coppe/UFRJ e a Business for Social Responsibility (BSR).

O vice-presidente sênior da BSR, Eric Olson, abriu o primeiro painel de debates com a expectativa de especialistas de que mais da metade da matriz energética mundial até 2050 será constituída por combustíveis fósseis.

"Para reverter esse quadro, é preciso redobrar o foco em eficiência dos combustíveis, incluindo precificação do carbono e mecanismos de financiamento internacional que considerem as realidades de países desenvolvidos e em desenvolvimento", analisou Olson.

Em seguida, representantes de empresas como GE, Vale e Petrobras relataram boas experiências em projetos de biocombustíveis, ressaltando, no entanto, que ainda encontram dificuldades relativas aos altos custos de produção e a questões fundiárias na Amazônia.

O professor Marco Aurélio Freitas, do programa de Planejamento Energético da Coppe/UFRJ, lamentou, porém, que hoje o governo brasileiro esteja investindo menos nos biocombustíveis, devido a um maior interesse no pré-sal.

"Há empresas investindo no óleo de palma, mas de fato reduzimos muito a velocidade do nosso percurso em direção ao futuro dos biocombustíveis, tanto que o Brasil deixou de ser o maior produtor de etanol do mundo", constatou o professor.

O painel seguinte, sobre o futuro da água, concluiu também que as indústrias têm feito sua parte para um uso melhor desse recurso, mas falta planejamento e metas para melhorar a qualidade da água no Brasil, onde está 13% da água de todo o mundo.

"A falta de planejamento urbano tem levado a uma degradação da água. É preciso investir em sistemas de reuso e de captação de água e atuar seriamente em políticas de pagamento por serviços ambientais, de preservação de nascentes na zona rural, o que custa menos e tem maior eficácia do que o tratamento de água pelas indústrias", comentou Glauco Kimura, coordenador do Programa Água para a Vida da WWF Brasil.

Diretores de uma empresa israelense (Netafim) e de outra brasileira (ETH), Naty Barak e Marcos Furco, apresentações suas ações para uso mais eficaz e preservação das águas, que incluem sistemas de reuso, tratamento de água e de efluentes.

O professor Paulo Canedo, coordenador do laboratório de Hidrologia da Coppe/UFRJ, reconhece que as indústrias têm feito sua parte, reduzindo o uso de água e reutilizando, mas alerta para o problema da falta de tratamento de esgoto no país.

"A indústria deixou de ser o vilão no Brasil e o maior problema hoje é a falta de saneamento. Apenas 47% das mais de 56 milhões de moradias têm coleta de esgoto e, desse esgoto coletado, apenas 6% é tratado e o restante contamina os rios", alertou Canedo.

O professor defendeu que o saneamento tenha metas e regras, assim como hoje há nos setores da indústria e da agricultura, o que acabou parecendo um consenso entre o público presente ao evento.
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