Jornal do Commercio
A Cooperbio, cooperativa de biocombustível criada pela Associação Matogrossense dos Produtores de Algodão (Ampa), começará a operar a fábrica de biodiesel em Cuiabá (MT) em fevereiro. O projeto, iniciado em 2006, recebeu investimentos de R$ 30 milhões e a unidade tem capacidade para produzir 340 mil litros de combustível por dia.
A planta iniciará sua operação utilizando 40% de sua capacidade. O objetivo da cooperativa é de passar a operar com 100% de sua capacidade em maio ou abril. Setenta e cinco porcento do combustível produzido na fábrica serão provenientes de óleo de soja.
A fábrica havia sido desenvolvida para abastecer a frota de tratores, colheitadeiras, e caminhões dos 170 cooperados associados à Cooperbio. O diretor-executivo da Cooperbio, Luiz Fernando Orçati, explicou que o objetivo inicial para teve de ser mudado, por conta da mudança no cenário macroeconômico dos últimos dois anos, em que o preço da saca da soja avançou cerca de 70%, de 2006 para 2009.
O aumento da cotação da commodity agrícola encareceu o biodiesel, tornando-o menos competitivo frente ao óleo diesel, explicou. “Devido a isso, os cooperados decidiram que não adotarão o biodiesel como combustíve.. Eles continuarão a utilizar óleo diesel”, afirmou Orçati.
Com a mudança de planos, a nova fábrica produzirá biodiesel para ser vendido à Petrobras nos leilões da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Essa é a opção, disse o executivo. O próximo leilão de biocombustível da ANP está marcado para março próximo com prazo de entrega do produto para junho, no máximo. “Em dois anos, o preço do biodiesel ficou menos competitivo frente ao do óleo diesel. Atualmente, o litro do diesel normal está custando cerca de R$ 2,10 para o produtor.
No último leilão da ANP, o biodiesel fechou com preço de cerca R$ 2,70, incluindo imposto. “Ou seja, sai mais em conta utilizar o combustível convencional que o feito de soja”, afirmou. Segundo Orçati, caso o preço do combustível vegetal venha a ficar competitivo frente ao preço do óleo diesel, há a intenção de se retomar o objetivo inicial da fábrica.
Para atender a demanda que seria criada, o executivo disse que teria de haver a triplicação da capacidade da fábrica. “Por enquanto, essa expansão não é possibilidade, já que o preço da soja nos dá mostras de que não irá cair no curto prazo, pelo contrário, ele tende a aumentar. O que queremos agora é consolidar a produção da nova unidade. No médio prazo, porém, essa é oportunidade poderá tornar-se possível, pois temos a intenção de crescer”, enfatizou.
A usina opera em fase de teste desde o início deste mês.
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