Etanol

Cooperação com o Brasil pode beneficiar o setor de biocombustíveis na Europa

Unica/Redação
10/02/2016 11:49
Cooperação com o Brasil pode beneficiar o setor de biocombustíveis na Europa Imagem: sugarcane.org/Geraldine Kutas Visualizações: 164 (0) (0) (0) (0)

O Brasil, dispondo de condições climáticas e agrícolas extremamente favoráveis para a produção sustentável de um dos biocombustíveis mais avançados do mundo, o etanol de cana, pode ser um parceiro ainda mais presente no processo de descarbonização do setor de transporte europeu. Nele, as emissões de CO2 oriundas da queima de combustíveis fósseis, como a gasolina, seriam reduzidas em até 90% com a adoção do combustível renovável brasileiro. Esta foi uma das mensagens que a assessora sênior da Presidência para Assuntos Internacionais da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Geraldine Kutas (foto) levou a centenas de participantes do “Fuels of the Future 2016”, evento realizado na segunda quinzena de janeiro (18 e 19/01) em Berlim, Alemanha.

A presença da UNICA no evento foi possível graças a parceria formada com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) - projeto Brazilian Sugarcane Ethanol -, que busca impulsionar as exportações do etanol brasileiro. Para a executiva da UNICA, embora não estejam definidas metas para o uso de fontes renováveis no setor de transporte na União Europeia no período 2020-2030, os europeus seguem empenhados na discussão de alternativas que diminuam o uso de energias fósseis no segmento automotivo.

“Nos dois próximos anos esperam-se novas legislações europeias a respeito da Diretiva Sobre a Promoção das Energias Renováveis (RED, em inglês) e sobre a descarbonizarão do transporte. É importante que o setor sucroenergético brasileiro esteja inserido nesta agenda para garantir que o etanol permaneça dentro das opções europeias para reduzir as emissões de CO2”, avalia Kutas. De acordo com a executiva, projeções da UE indicam que em 2030, 93% dos veículos ainda serão movidos a combustível líquido no velho continente. Diante disso, uma opção para tornar o setor de transporte mais limpo seria elevar a mistura de etanol à gasolina dos atuais 5% (E5) para 20% (E20).

Participando do painel “Mistura de Etanol na UE e global: Projeções e Desafios” ("Blending of bioethanol in the EU and globally: prospects and challenges”), a representante da UNICA esteve acompanhada do secrétario-geral do Sindicato Nacional dos Produtores de Álcool da França (SNPAA, em francês), Sylvain Demoures, do diretor da agência de notícias Platt’s, Tim Worledge, e do professor do Instituto de Economia e Energia do Japão (IEEJ, em inglês), Kaoru Yamaguchi.

Na ocasião, Kutas falou sobre o sucesso do uso de etanol no Brasil, onde o consumidor pode abastecer seu carro flex optando pela gasolina (com até 27,5% do biocombustível misturado) ou pelo etanol hidratado (E100). Atualmente, aproximadamente 68% da frota de veículos de passeio é flex, o que equivale a mais de 24 milhões de automóveis em circulação. Em doze anos, ao abastecer seu veículo com biocombustível, os brasileiros deixaram de despejar na atmosfera 300 milhões de toneladas de CO2, mais que a soma das emissões anuais registradas em 2013 na Argentina (190 milhões t.), Peru (53,1 milhões t.), Equador (35,7 milhões t.), Uruguai (7,8 milhões t.) e Paraguai (5,3 milhões t.).

“A possibilidade de se reduzir o nível da mistura obrigatória e a opção deixada ao consumidor de usar somente gasolina são situações que têm gerado uma grande flexibilidade em caso de tensões de mercado ocasionadas, por exemplo, por eventuais problemas na safra canavieira”, explica Kutas. Outro destaque dado pela executiva em sua palestra foi a produção de etanol de segunda-geração, citando dois projetos inovadores das companhias brasileiras Raízen e Granbio, que em 2015 inauguraram duas plantas industriais para fabricação em larga escala do produto a partir da palha e do bagaço da cana. Para finalizar, a assessora sênior da UNICA abordou a sinergia deste novo produto com o etanol de 1ª geração, o que aumentou o volume do biocombustível no mercado brasileiro sem necessidade de expansão de área plantada e evitando prejuízos por conta da sazonalidade climática.

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