Hidrelétrica

Construtoras de Belo Monte pedem reajuste de R$ 1 bi para obra

Termo aditivo está sendo negociado desde 2012.

Valor Econômico
15/05/2013 15:07
Visualizações: 609 (0) (0) (0) (0)

 

As dificuldades diárias enfrentadas na construção da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, extrapolaram os limites de seus canteiros de obra e chegaram à mesa de negociação de seus empreendedores. Agora, a tensão se instalou entre o Consórcio Construtor de Belo Monte (CCBM), que reúne o grupo de empreiteiras responsáveis por tocar as obras da usina, e o dono do empreendimento, o consórcio Norte Energia. Desde o fim do ano passado, apurou o 'Valor', o CCBM tenta negociar um termo aditivo ao contrato que assinou com a Norte Energia. Seis meses de discussões se passaram, mas o acordo não avançou. O CCBM cobra uma fatura extra de aproximadamente R$ 1 bilhão da Norte Energia. Esse seria o primeiro aditivo do contrato, que foi fechado em R$ 13,8 bilhões.
O CCBM é liderado pela construtora Andrade Gutierrez, seguida pela Odebrecht e Camargo Corrêa, além de outras sete empreiteiras com participações menores. Do outro lado da mesa está a estatal Eletrobras, que detém 49% da estatal Norte Energia, seguida por representantes dos fundos de pensão Petros e Funcef, com uma fatia de 10% cada um. O consórcio também tem participação da Neoenergia, Amazônia (Cemig e Light) e Vale, entre outros sócios minoritários.
Procurado pelo 'Valor', o CCBM não comenta o assunto. A Norte Energia informou, por meio de nota, que "não se manifestará neste momento sobre quaisquer negociações contratuais com seus fornecedores".
A pressão tende a aumentar. As reivindicações feitas pelas empreiteiras se baseiam, basicamente, nos custos extras que passaram a ter por conta da onda de paralisações enfrentada em quase dois anos de obra (ver reportagem ao lado), além das concessões sobre benefícios e salários feitas pelo CCBM em acordos trabalhistas. Ao todo, Belo Monte soma 90 dias de paralisações. As estimativas apontam que, para cada dia parado na usina, o custo adicional é de aproximadamente R$ 10 milhões para os construtores.
Na esfera trabalhista, um dos acordos com os sindicatos que mais puxaram os gastos foi a alteração de prazo da "baixada" dos funcionários. Inicialmente, a cada seis meses, cada empregado tinha direito de passar uma semana em casa. Desde o ano passado, porém, esse prazo foi reduzido para três meses. Além disso, não se trata apenas de dispensar o funcionário. A empresa tem de se responsabilizar pelos custos de transporte, seja de ônibus ou avião. Paralelamente, no entanto, ela tem de manter à risca o cronograma de execução da obra, ou seja, precisa contratar mais funcionários para garantir que o trabalho seja cumprido. Hoje Belo Monte tem 23 mil trabalhadores, número que saltará para 28 mil até outubro, mas que tem possibilidades de chegar a até 30 mil pessoas.
O maior interessado em executar a obra dentro do cronograma é o CCBM, já que seu pagamento só é feito de acordo com a entrega de serviços, isto é, a cada etapa de trabalho concluída, a Norte Energia entra em campo, faz a medição do trabalho e paga por aquela parcela que foi executada. Como chove muito na região amazônica entre os meses de novembro e abril, a execução dos serviços pelas empreiteiras cai drasticamente e, com ela, os valores que entram nos seus caixas.
Às avessas, Belo Monte repete a história vivida na construção da hidrelétrica de Jirau, que está sendo erguida no rio Madeira, em Porto Velho (RO). Neste caso, porém, as negociações financeiras entre a construtora Camargo Corrêa e o consórcio Energia Sustentável do Brasil (ESBR) foram parar na Justiça, por conta dos desentendimentos sobre quem, afinal, deveria bancar os prejuízos causados pelos atos de vandalismo que, por mais de uma vez, colocaram abaixo os alojamentos da usina.
Com 11,2 mil megawatts (MW) de capacidade instalada e valor total estimado em R$ 28,9 bilhões, Belo Monte é responsável por 33% da expansão de capacidade de energia planejada para o país entre 2015 e 2019. A primeira das 24 turbinas da usina está prevista para iniciar operação em fevereiro de 2015 e a última, em janeiro de 2019.

As dificuldades diárias enfrentadas na construção da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, extrapolaram os limites de seus canteiros de obra e chegaram à mesa de negociação de seus empreendedores. Agora, a tensão se instalou entre o Consórcio Construtor de Belo Monte (CCBM), que reúne o grupo de empreiteiras responsáveis por tocar as obras da usina, e o dono do empreendimento, o consórcio Norte Energia. Desde o fim do ano passado, apurou o 'Valor', o CCBM tenta negociar um termo aditivo ao contrato que assinou com a Norte Energia. Seis meses de discussões se passaram, mas o acordo não avançou. O CCBM cobra uma fatura extra de aproximadamente R$ 1 bilhão da Norte Energia. Esse seria o primeiro aditivo do contrato, que foi fechado em R$ 13,8 bilhões.


O CCBM é liderado pela construtora Andrade Gutierrez, seguida pela Odebrecht e Camargo Corrêa, além de outras sete empreiteiras com participações menores. Do outro lado da mesa está a estatal Eletrobras, que detém 49% da estatal Norte Energia, seguida por representantes dos fundos de pensão Petros e Funcef, com uma fatia de 10% cada um. O consórcio também tem participação da Neoenergia, Amazônia (Cemig e Light) e Vale, entre outros sócios minoritários.


Procurado pelo 'Valor', o CCBM não comenta o assunto. A Norte Energia informou, por meio de nota, que "não se manifestará neste momento sobre quaisquer negociações contratuais com seus fornecedores".


A pressão tende a aumentar. As reivindicações feitas pelas empreiteiras se baseiam, basicamente, nos custos extras que passaram a ter por conta da onda de paralisações enfrentada em quase dois anos de obra (ver reportagem ao lado), além das concessões sobre benefícios e salários feitas pelo CCBM em acordos trabalhistas. Ao todo, Belo Monte soma 90 dias de paralisações. As estimativas apontam que, para cada dia parado na usina, o custo adicional é de aproximadamente R$ 10 milhões para os construtores.


Na esfera trabalhista, um dos acordos com os sindicatos que mais puxaram os gastos foi a alteração de prazo da "baixada" dos funcionários. Inicialmente, a cada seis meses, cada empregado tinha direito de passar uma semana em casa. Desde o ano passado, porém, esse prazo foi reduzido para três meses. Além disso, não se trata apenas de dispensar o funcionário. A empresa tem de se responsabilizar pelos custos de transporte, seja de ônibus ou avião. Paralelamente, no entanto, ela tem de manter à risca o cronograma de execução da obra, ou seja, precisa contratar mais funcionários para garantir que o trabalho seja cumprido. Hoje Belo Monte tem 23 mil trabalhadores, número que saltará para 28 mil até outubro, mas que tem possibilidades de chegar a até 30 mil pessoas.


O maior interessado em executar a obra dentro do cronograma é o CCBM, já que seu pagamento só é feito de acordo com a entrega de serviços, isto é, a cada etapa de trabalho concluída, a Norte Energia entra em campo, faz a medição do trabalho e paga por aquela parcela que foi executada. Como chove muito na região amazônica entre os meses de novembro e abril, a execução dos serviços pelas empreiteiras cai drasticamente e, com ela, os valores que entram nos seus caixas.


Às avessas, Belo Monte repete a história vivida na construção da hidrelétrica de Jirau, que está sendo erguida no rio Madeira, em Porto Velho (RO). Neste caso, porém, as negociações financeiras entre a construtora Camargo Corrêa e o consórcio Energia Sustentável do Brasil (ESBR) foram parar na Justiça, por conta dos desentendimentos sobre quem, afinal, deveria bancar os prejuízos causados pelos atos de vandalismo que, por mais de uma vez, colocaram abaixo os alojamentos da usina.


Com 11,2 mil megawatts (MW) de capacidade instalada e valor total estimado em R$ 28,9 bilhões, Belo Monte é responsável por 33% da expansão de capacidade de energia planejada para o país entre 2015 e 2019. A primeira das 24 turbinas da usina está prevista para iniciar operação em fevereiro de 2015 e a última, em janeiro de 2019.

 

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Mossoró Oil & Gas Expo
Sócio da Progel participa de painéis no Mossoró Oil & Ga...
28/11/24
Etanol
ANP aprova a publicação do relatório de investigação de ...
28/11/24
Gás Natural
Naturgy apresenta perspectivas do Gás Natural para 2025
28/11/24
Seguro
Produção de petróleo e gás em alto-mar impulsiona mercad...
28/11/24
Acordo
Petrobras assina Acordo de Princípios com a European Energy
28/11/24
Exploração
ANP debate aprimoramento de normas sobre dados digitais ...
28/11/24
Robótica
Firjan SESI realiza Torneio de Robótica no Parque Olímpi...
28/11/24
Desinvestimento
Petrobras divulga teaser para cessão de participação min...
28/11/24
Mossoró Oil & Gas Expo
Especialistas propõem melhorias no licenciamento ambient...
28/11/24
Diesel
Diesel comum e S-10 aumentam em novembro e atingem preço...
28/11/24
Royalties
Valores referentes à produção de setembro para contratos...
28/11/24
Reforma Tributária
Estudo mostra os impactos da reforma tributária no setor...
27/11/24
Reconhecimento
Foresea conquista Prêmio Inbrasc 2024 e se consolida com...
27/11/24
Mossoró Oil & Gas Expo
Sistema FIERN participa da abertura e destaca apoio dado...
27/11/24
Internacional
Alexandre Silveira destaca resultados de acordos com Arg...
27/11/24
Transição Energética
Casa Firjan sedia o seminário "Bélgica Brasil: facilitan...
27/11/24
Mossoró Oil & Gas Expo
Sistema FIERN leva ao Mossoró Oil & Gas Energy soluções ...
27/11/24
Meio Ambiente
Repsol Sinopec e PUCRS colocam em operação equipamento p...
27/11/24
Inteligência Artificial Generativa
IA Generativa: uma poderosa aliada
27/11/24
Mossoró Oil & Gas Expo
CEO da Brava Energia faz palestra de abertura da Mossoró...
27/11/24
Mossoró Oil & Gas Expo
Integração energética gera ‘mar de oportunidade’ para o RN
27/11/24
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

21