Plataformas

Construção da P-53 pode prejudicar porto de Rio Grande

<P>A utilização do cais do Porto Novo no porto do Rio Grande para a construção da plataforma P-53 pode trazer prejuízos para as empresas que dependem do terminal para exportar e importar. O alerta é do presidente do Sindicato da Indústria de Adubos do Rio Grande do Sul (Siargs), Torvaldo Marz...

Jornal do Comércio - RS
12/03/2007 00:00
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A utilização do cais do Porto Novo no porto do Rio Grande para a construção da plataforma P-53 pode trazer prejuízos para as empresas que dependem do terminal para exportar e importar. O alerta é do presidente do Sindicato da Indústria de Adubos do Rio Grande do Sul (Siargs), Torvaldo Marzolla Filho.

O temor é de que a circulação de navios, bem como o embarque e desembarque de mercadorias sejam comprometidos pelas obras de construção da plataforma. Os trabalhos devem iniciar em junho, quando o ex-navio Settebello deve atracar vindo de Singapura. A embarcação será a base da plataforma P-53, cujo investimento é de US$ 370 milhões.

Segundo Marzola Filho, os trabalhos serão realizados na parte revitalizada do Porto Novo, um cais com 450 metros de extensão, que deve ser utilizado em sua totalidade pelo consórcio Quip (formado pelas empresas Queiroz Galvão, Ultratec e Iesa), responsável pela montagem da plataforma.

O empresário explica que, atualmente, o terminal é utilizado principalmente por empresas do setor de adubos, automóveis, máquinas agrícolas, madeira e celulose. Como a área será empregada na construção da plataforma, as outras operações do Porto Novo devem ser deslocadas para a parte não-revitalizada do cais, que conta com equipamentos obsoletos.

Marzolla Filho prevê que a mudança deve cortar pela metade a capacidade de embarque e desembarque de cargas nos navios. Segundo ele, o terminal tem potencial de operação que varia entre 6 mil toneladas/dia e 10 mil toneladas/dia, dependendo do tipo de carga. Com a utilização do outro setor, a capacidade deve cair para entre 1,5 mil toneladas/dia e 2,5 mil toneladas/dia, calcula Marzolla Filho.
Ele reclama que a previsão inicial era de que apenas metade do cais fosse utilizada pelo Quip, o que não seria possível uma vez que a plataforma terá 346 metros de comprimento.

Outro ponto que preocupa as indústrias é o cuidado redobrado que os navios terão de ter ao passar ao lado da plataforma. A mudança é necessária pois a montagem da plataforma é feita com precisão milimétrica. Para isso, serão colocadas uma série de amarrações presas no lado oposto ao cais a fim de que a plataforma fique imóvel. Assim, os navios terão que passar mais lentamente pelo canal e com mais precisão, o que pode exigir o uso de até quatro rebocadores para cada embarcação. Normalmente, apenas dois são necessários.

Também há possibilidade de interrupção no funcionamento do porto para a realização de manobras de instalação de módulos de produção. Especialistas dizem que o terminal ficará fechado a cada três dias, acrescenta Marzolla Filho.

A exigência de maior cuidado no manejo das embarcações e a redução na capacidade de carga do Porto Novo devem aumentar os custos das empresas que utilizam o terminal. Pelas regras das operações portuárias, os armadores têm de pagar multas para cada dia que ficam a mais no porto devido a atraso nas operações. Deve haver aumento no frete porque haverá demora de atendimento para retirar a carga. Num navio de transporte de madeira, por exemplo, a taxa pode chegar a US$ 45 mil por dia, ressalta o empresário.

Superintendência promete soluções - Uma reunião nos próximos dias entre a superintendência do porto, empresários e representantes do consórcio Quip deve definir que soluções serão adotadas para que a construção da P-53 não altere a rotina do terminal. Nós esperamos que a direção do porto apresente alternativas, diz Torvaldo Marzolla Filho, presidente do Sindicato da Indústria de Adubos do Rio Grande do Sul (Siargs), e membro do Grupo Temático de Logística da Fiergs.

Na avaliação do empresário, a utilização do terminal para a obra da plataforma extrapola as funções do porto. Vão transformar o porto público numa fábrica. O terminal é para carga e descarga de navios, argumenta. O empresário entende que caberá à administração do porto fazer as obras necessárias para minimizar os prejuízos. Uma possibilidade é o deslocamento dos guindastes da área revitalizada para o setor mais antigo ou a instalação de novos equipamentos.

O superintendente do porto do Rio Grande, Bercílio Luiz da Silva, garante que as empresas não sofrerão prejuízos. Ele afirma que um grupo de trabalho vai trabalhar no planejamento detalhado de qual operação será realizada em cada um dos 120 dias de construção da plataforma. Ele afirma que o porto deve contratar uma empresa para analisar o que deve ser feito para manter a normalidade no terminal. Silva admite a realização de obras, como uma nova dragagem no local, o que poderia ampliar a largura do canal de 210 metros para 230 metros, evitando a interrupção no tráfego. Duas dragas do governo do Estado devem ser utilizadas.

A administração do porto deve assinar um convênio com o porto de Santos que prevê a doação de dois guindastes para o terminal gaúcho. Os equipamentos serão instalados na parte não-revitalizada do Porto Novo. Juntos, eles têm capacidade para operar 4 mil toneladas/dia. Silva afirma que os próximos 30 dias serão dedicados à definição de quais obras serão realizadas e de onde virão os recursos. O objetivo é negociar com as empresas do Pólo Naval, uma vez que o governo do Estado não tem recursos.

Responsável pela obra, o Quip foi procurado, mas não quis se pronunciar sobre o assunto. A empresa enviou no dia 30 de janeiro à superintendência do porto um ofício que detalha o projeto. O documento explica que, por 30 dias, o terminal será interrompido entre as 7h e 19h para a realização de manobras. O texto sugere que o tráfego marítimo seja redirecionado para horários noturnos ou outros atracadouros. 

Fonte: Jornal do Comércio - RS

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