Manobra inédita no mercado de óleo e gás offshore do Brasil reduz tempo de parada da unidade de perfuração e traz ganhos de segurança
Redação TN Petróleo/AssessoriaA Constellation e a Sapura concluíram em fevereiro uma operação inédita de troca de thruster (propulsor) em alto-mar no navio-sonda Laguna Star, sob contrato com a Petrobras, a cerca de 200km da costa do Rio de Janeiro.
A operação, realizada em uma lâmina d´água de mais de 2.000 metros de profundidade, foi conduzida sem a necessidade de que a unidade de perfuração fosse trazida para a costa, proporcionando redução do seu tempo de parada, além de mais segurança, uma vez que demanda menos mergulhadores e tempo de trabalho dos profissionais envolvidos.
A manobra foi considerada um marco para a indústria de petróleo e gás offshore brasileira. As atividades de substituição de thruster azimutal no país só eram, até então, realizadas em águas abrigadas. O equipamento, que pesa cerca de 61 toneladas, é um item de propulsão do navio-sonda e fornece ao sistema de posicionamento dinâmico força e direção de impulso.
"O conhecimento que construímos ao longo de mais de 40 anos de operação na costa brasileira, abrangendo os desafios técnicos e operacionais, possibilitou que realizássemos essa manobra pioneira com excelência e segurança. Temos orgulho de participar da quebra de mais um paradigma para a indústria de óleo e gás do país", ressalta Rodrigo Ribeiro, CEO da Constellation.
O procedimento gerou uma economia financeira substancial para a Constellation e redução em quase 150 vezes o homem-hora de mergulho, atividade com exposição elevada a risco. Seis mergulhadores foram mobilizados – a substituição em águas abrigadas exigiria cerca de 60 profissionais, pois seriam demandadas intervenções adicionais no casco.
Foram necessários ensaios prévios do posicionamento da manobra e estudos de engenharia, movimentação das ondas e velocidade do vento. A operação de troca durou 40 horas e envolveu quatro embarcações: o Laguna Star, a embarcação de lançamento de linha PLSV Sapura Ônix, o rebocador AHTS CBO Valletta e o barco de mergulho Miami Blue. Durante a intervenção para substituição do equipamento, os navios Laguna Star e Sapura Ônix foram posicionados a uma distância de apenas 15 metros um do outro.
"A Sapura tem um imenso orgulho em incluir este trabalho em nossa lista de projetos de engenharia pioneiros. Ele representou um desafio que exigiu extensa pesquisa, dedicação e comprometimento de nossa equipe. E, mais uma vez, demonstramos que estamos empenhados a superar desafios, priorizando segurança e excelência. Eu agradeço sinceramente às equipes envolvidas no projeto, que já deixou sua marca na história da Sapura e em todo o setor", diz Rogerio Salbego, CEO da Sapura.
Sapura Ônix é uma embarcação projetada para lançamento e manuseio de dutos flexíveis, mas que se aperfeiçoou para lidar com projetos especiais de engenharia submarina, assim como o restante da frota Sapura. Com dois veículos submarinos controlados remotamente (ROV), consegue atuar em águas de até 3.000 metros de profundidade. Já o Laguna Star é um navio-sonda DP de águas ultraprofundas projetado para operar em águas com profundidades de até 10.000 pés, típicas do pré-sal, com uma capacidade de profundidade de perfuração de até 40.000 pés.
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