Valor Econômico
A Petrobras vai alterar neste mês o nome de sua subsidiária na Argentina e o registro na Bolsa de Nova York (Nyse) para evitar um tipo de confusão que já causou prejuízos a vários investidores.
Oficialmente, a estatal se chama Petróleo Brasileiro. Quem carrega o nome de Petrobras Energia é a subsidiária argentina. Para ajudar na confusão, as empresas petrolíferas são classificadas como empresas de energia no exterior. Houve, assim, casos de investidores que achavam estar comprando American Depositary Receipt (ADR, recibos de ações negociados em Nova York) da matriz brasileira quando, na verdade, adquiriam o papel da subsidiária argentina.
O problema ficou patente em 2007, quando alguns investidores não entendiam como seus papéis rendiam tão pouco, enquanto a Petrobras anunciava sucessivas descobertas de poços e valorização. Naquele ano, a ação da matriz brasileira deu retorno de 130% ao investidor, enquanto a subsidiária argentina rendia magros 14%.
A diretoria da Petrobras percebeu a confusão também no anúncio da descoberta do poço de Tupi, uma de suas maiores promessas. Alguns sites de informações na internet divulgaram a notícia colocando entre parênteses o símbolo PZE, da ação da empresa argentina, levando esse título a se valorizar 25%. O erro foi corrigido mais tarde, com o símbolo PBR, da Petróleo Brasileiro.
Outro episódio ocorreu numa apresentação da empresa norueguesa de petróleo StatoilHydro a analistas em Londres, em 2007. Ao listar o rendimento das principais companhias do setor, a norueguesa colocou a Petrobras em último lugar, porque confundiu a matriz com a PZE, a subsidiária argentina.
Mas agora, o diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, disse ao Valor que o problema está perto de ser resolvido. O conselho de administração aprovou a mudança do nome da subsidiária para “Petrobras Argentina”, alinhando-a com a política da companhia de levar o nome do país onde atua.
Depois de a assembleia geral confirmar a mudança de nome, a Petrobras vai pedir a alteração do registro na Bolsa de Nova York. Assim, ficará clara a diferença, acredita Barbassa. Em todo caso, depois que os preços do petróleo despencaram de US$ 140 para cerca de US$ 40, a variação de valor das ações da matriz e da subsidiária está bem próxima. Em um ano, o papel da Petrobras argentina caiu 55,7% e o da matriz, 52,8%.
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