<P>As declarações da ministra Dilma Rousseff fizeram acender a luz amarela entre as concessionárias de rodovias brasileiras, que já se preparavam para participar das primeiras licitações das rodovias federais.</P><P>O presidente da Ecorodovias, Marcelino Rafart de Seras, disse estar surpreso c...
Valor Econômico - SPAs declarações da ministra Dilma Rousseff fizeram acender a luz amarela entre as concessionárias de rodovias brasileiras, que já se preparavam para participar das primeiras licitações das rodovias federais.
O presidente da Ecorodovias, Marcelino Rafart de Seras, disse estar surpreso com a mudança de rumos do governo. O setor, de acordo com o executivo, esperava a publicação dos primeiros editais para as licitações ainda no primeiro trimestre de 2007, após oito anos de discussão sobre o modelo de concessão. O Brasil precisa aproveitar o interesse de grupos fortes em investir nas rodovias brasileiras. Sozinho, o governo não terá condições de fazer os investimentos necessários, afirmou. O orçamento federal de 2007 já aponta falta de recursos para as rodovias.
A Ecorodovias, que administra 940 quilômetros de rodovias nos Estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, já se articulava com outros investidores para concorrer nas licitações.
O governo tentou administrar as rodovias e cobrar pedágios nas estradas federais, mas não deu certo. O Brasil corre o risco de ficar na contramão dos Estados Unidos, Europa, Chile e México, que estão montando programas eficientes de concessões , disse Renato Vale, presidente da CCR, que administra 1,4 mil quilômetros de estradas brasileiras. O modelo de concessão se mostrou eficiente depois de dez anos implantado no Brasil.
Entretanto, ele não descarta a hipótese de que o governo acabe por liberar as licitações ainda no primeiro trimestre, por já ter recebido a autorização do Tribunal de contas da União (TCU).
A CCR já aponta como alternativas aos investimentos em concessões federais os projetos de PPPs estaduais (para transporte metropolitano de massa e estradas).
De acordo com levantamento da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), as sete rodovias federais precisam de investimentos de cerca de R$ 20 bilhões durante o período de concessões, de 25 anos. São mais de 2,6 mil quilômetros de rodovias. Levam-se mais de seis meses entre o lançamento da licitação e a assinatura do contrato de concessão.
A Associação Brasileira da Infra-estrutura e Indústria de Base (Abdib) classificou de retrocesso a decisão do governo de não passar a concessão das rodovias federais à iniciativa privada. Se isso acontecer, os recursos internos e externos serão aplicados em outros países, disse Paulo Godoy, presidente da Abdib.
Fonte: Valor Econômico - SP
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