Redação/Assessoria
Prestes a completar um mês à frente do Porto de Santos, a nova diretoria da Autoridade Portuária de Santos (Codesp) traçou um plano de ação para sanear a empresa e tornar Santos o porto mais eficiente do país.
As prioridades são conceder serviços à iniciativa privada; realizar novos leilões de áreas via outorga onerosa; modernizar a gestão; e reduzir custos. O detalhamento foi feito em entrevista coletiva da nova diretoria na 25ª Intermodal South America, maior feira de logística e transportes da América Latina, na tarde desta terça-feira.
A companhia conta hoje com 1.300 funcionários diretos e 900 indiretos. O plano da diretoria-executiva é reduzir em 50% esse total nos próximos dois anos, dado que muitos funcionários já estão em idade de série se aposentar.
A busca do equilíbrio financeiro da companhia virá de uma série de ações já definidas. Entre elas, a concessão à iniciativa privada de serviços tradicionalmente realizados direta ou indiretamente pela companhia, mas que apresentam problemas e geram custos elevados.
Serão concedidos três pacotes em contratos válidos por 35 anos. São eles: o canal de navegação (dragagem, balizamento, monitoramento ambiental e sistema eletrônico de controle do tráfego de embarcações); acessos terrestres, como a operação e manutenção das avenidas perimetrais de Santos e Guarujá e novos investimentos em peras, desvios e pátios ferroviários; e os serviços de utilities (energia, água e esgoto e resíduos sólidos).
“O objetivo desses contratos é garantir disponibilidade e elevar o nível de serviço para os usuários – do armador, aos operadores, passando pelos donos de carga. Foco na eficiência”, diz o diretor-presidente da Autoridade Portuária de Santos, Casemiro Tércio Carvalho.
Em outra frente, a companhia prepara o lançamento dos editais dos leilões de quatro áreas a serem arrendadas ainda neste ano, com investimento estimado em R$ 485 milhões, além da outorga a ser paga pelo vencedor. São áreas que estão hoje em uma dessas situações: contrato vencido, mas a operação continua via medida judicial; contrato de transição (instrumento firmado após o fim do contrato e válido somente até o novo arrendatário assumir), ou sem uso.
O STS 10, no cais do Saboó, será um terminal para carga geral com movimentação mínima para celulose. A área hoje é dividida entre terminais da Rodrimar, Deicmar e uma parte do Ecoporto. O investimento aproximado é de R$ 50 milhões.
O STS 13A será uma instalação para granéis líquidos na Ilha Barnabé. A área está hoje sem operação, após fim do contrato com a Vopak. O investimento aproximado é de R$ 115 milhões.
O STS 20 será relicitado em outras bases, após uma tentativa no ano passado em que não houve proposta. Será um terminal para granel mineral. O lote hoje é ocupado pela Pérola. O investimento aproximado é de R$ 220 milhões.
Finalmente, os terminais 14 e 15 serão “empacotados” em uma só instalação para movimentação de granel mineral. As áreas hoje são ocupadas pela Fibria (que está com contrato de transição) e Rodrimar (medida judicial). O investimento aproximado é de R$ 100 milhões.
Sobre o Porto de Santos
Localiza-se a apenas 70 quilômetros da região mais industrializada do Hemisfério Sul e também do maior mercado consumidor e produtor da América Latina, a Grande São Paulo, onde vivem mais de 20 milhões de pessoas. Cerca de 90% da base industrial do Estado de São Paulo localiza-se a menos de 200 quilômetros do Porto de Santos.
O Porto de Santos é também a principal porta de saída da produção agropecuária brasileira, sendo o maior exportador de açúcar, suco de laranja e café em grãos do mundo, destacando-se também a soja, o milho. É ligado aos principais estados produtores – São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás -, que concentram mais de 60% do PIB nacional, por meio de ampla rede de rodovias, ferrovias e hidrovia. O Porto de Santos movimenta cargas de todos os estados brasileiros e é o, o álcool, automóveis e produtos industrializados em geral.
Sua área útil totaliza 7,8 milhões de metros quadrados e seu canal de navegação, com profundidade de 15 metros e largura de 220 metros (trecho mais estreito), possui 55 terminais marítimos e retroportuários, localizados em duas margens, uma no município de Santos (direita) e outra no de Guarujá (esquerda). Para atracação de navios conta com uma extensão de cais de quase 16 quilômetros, que contempla 66 berços de atracação. Para armazenamento de granéis líquidos conta com uma capacidade de, aproximadamente, 700 mil m³ e para granéis sólidos, instalações para acondicionar mais de 2,5 milhões de toneladas.
Fale Conosco
21