Investimento

Compra de módulo pode somar R$ 7 bi

Empresas de engenharia e montagem estão se movimentando para instalar no país novas unidades industriais de produção de módulos de plataformas de petróleo e gás. EBE, Iesa Óleo & Gás, Setal e UTC estão entre as empresas que an

Valor Econômico
14/10/2011 10:26
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Empresas de engenharia e montagem estão se movimentando para instalar no país novas unidades industriais de produção de módulos de plataformas de petróleo e gás. EBE, Iesa Óleo & Gás, Setal e UTC estão entre as empresas que anunciaram ou analisam investir em áreas para produção de módulos, unidades que processam petróleo, gás e geram energia, entre outras funções. O movimento do setor privado é impulsionado pela Petrobras, que passou a comprar esses equipamentos em escala.

Só uma licitação aberta pela estatal prevê a encomenda de 80 módulos, com altos índices de conteúdo nacional, que serão integrados em oito cascos idênticos de plataformas que estão em fase inicial de construção em Rio Grande (RS). O prazo para entrega das propostas é previsto para 1º de dezembro e o mercado estima o custo total dos equipamentos e serviços contratados nessa licitação entre cerca de US$ 5 bilhões e US$ 7 bilhões.

O número varia dependendo do valor unitário médio considerado para o módulo (entre US$ 20 milhões e US$ 30 milhões). E também o montante necessário para fazer a integração dos diferentes módulos no casco da plataforma (US$ 400 milhões a US$ 600 milhões por unidade). Cerca de 40 empresas foram convidadas a participar do certame.

Executivos do setor dizem que as encomendas da Petrobras nesse setor estão mudando a maneira de produzir módulos de plataformas no Brasil.

Antes, afirmam, as encomendas eram pontuais, para uma ou duas plataformas. Mas a partir da construção das oito unidades gêmeas, chamadas pela estatal de replicantes e que serão usadas no pré-sal da Bacia de Santos, abriu-se a perspectiva de os módulos passarem a ser produzidos em série, com ganhos de escala e de custos e com redução de riscos, dizem as fontes.

Segundo a Petrobras, a construção dos cascos já começou com obras de soldagem de chapas da primeira unidade, chamada de P-66. Os navios-plataforma replicantes serão numerados de P-66 à P-73. Seis deles vão operar no bloco BM-S-11 (Tupi) e dois no BM-S-9 (Guará).

A licitação para contratar os serviços e equipamentos das plataformas replicantes foi dividida em cinco pacotes, dos quais quatro incluem serviços de engenharia, compra e montagem (EPC, na sigla em inglês) de módulos de compressão, de processamento de óleo, de gás combustível e desidratação e de geração de energia. O quinto pacote envolve a integração de todos essas unidades na parte superior da plataforma.

Fontes do setor disseram que a Petrobras forneceu a engenharia do projeto e também deve entrar com o fornecimento de alguns equipamentos. Entre os requisitos exigidos para qualificar-se na licitação estão a comprovação do direito do uso da área onde serão construídos os módulos e apresentação de licenças ambientais. A reportagem procurou a Petrobras para comentar a concorrência, mas a estatal informou, via assessoria, que não fala sobre processos licitatórios em andamento.

O Valor apurou que a UTC está em entendimentos para adquirir 200 mil metros quadrados no município de Charqueadas, na grande Porto Alegre, com o objetivo de produzir módulos para plataformas de petróleo. Procurada, a empresa não se pronunciou sobre o assunto. A UTC, com unidade industrial em Niterói (RJ), começou a fazer módulos na década de 1980 e desde o início dos anos 2000 instalou-se em Niterói, onde fez mais de 30 módulos. Atualmente está produzindo 14 módulos para as plataformas P-58 e P-62 da estatal.

A Empresa Brasileira de Engenharia (EBE), do grupo MPE, está produzindo outros 10 módulos para as plataformas P-58 e P-62, os quais devem ser entregues com índice de conteúdo nacional acima de 90%. A EBE quer valer-se dessa experiência para crescer na atividade, disse Paulo Massa Filho, diretor da companhia. O executivo disse que a empresa quer consolidar sua posição como produtora de módulos e tem planos de tornar-se também uma integradora, a empresa que une os diferentes sistemas na plataforma. "Conversamos com parceiros estrangeiros e procuramos área para instalar uma unidade de produção de módulos", disse Massa.

A Iesa Óleo e Gás já obteve licença para instalar em Charqueadas (RS) um centro de construção de módulos para unidades de processo. A fábrica será construída em terreno de 350 mil metros quadrados com saída fluvial via rio Jacuí. O plano da Iesa prevê investimentos de R$ 100 milhões, dos quais R$ 20 milhões a serem aplicados em uma primeira etapa. A Setal Óleo e Gás tem projeto para instalar um estaleiro em São José do Norte (RS), onde tem área de 150 hectares, para construir módulos e fazer integração de plataformas. O projeto é de R$ 1,1 bilhão, dos quais 85% financiados pelo Fundo da Marinha Mercante.
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