Com a localização definida a Petrobras e os sócios, o Grupo Ultra e o BNDES, passam a uma nova fase do projeto que inclui a negociação da participação societária e elaboração do projeto de construção. Durante o evento Gabrielli cobrou maior integração entre empresas e poder público pa
A Petrobras anunciou, nesta terça-feira (28/03), a localização do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj) em Itaboraí e São Gonçalo, ambos municípios do Rio. Com a localização definida a Petrobras e os sócios, o Grupo Ultra e o BNDES, passam a uma nova fase do projeto que inclui a negociação da participação societária, além da elaboração do projeto básico que deverá ser concluído até o fim do ano.
Até o momento, os custos do empreendimento têm sido compartilhados por Petrobras e o Grupo Ultra em partes iguais, mas a participação societária não está definida. Durante a apresentação do Comperj, o presidente do Grupo Privado, Paulo Cunha, afirmou que ainda era necessário definir a parte do BNDES e que Petrobras e Ultra repartiriam o restante em 50% para cada empresa.
O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, confirmou que até então o empreendimento estava compartilhado na base de meio a meio, mas não descartou a possibilidade da entrada de novos sócios. "Não estamos abrindo a possibilidade, mas também não estamos fechando", disse, referindo-se à unidade principal, a Unidade de Petroquímicos Básicos, que será construída em Itaboraí. Já a unidade de segunda geração, que faz parte do complexo integrado, poderá ter vários sócios além do Ultra e Petrobras.
Segundo explica a presidente da Petroquisa, Maria das Graças Foster, serão construídas cerca de oito plantas para a produção de diferentes resinas petroquímicas a partir dos insumos vindos da UPB. Nestas unidades a Petrobras vai participar em algumas empresas, o grupo Ultra em outras e haverá outros sócios em plantas que estão em linha de suas áreas de negócios.
O Comperj será composto de uma Unidade de Petroquímicos Básicos (UPB), em Itaboraí, com capacidade de processamento de 150 mil barris de petróleo pesado por dia para a produção de petroquímicos básicos e uma planta de segunda geração, em São Gonçalo, que utilizará o eteno, propeno, paraxileno e outros insumos vindos da UPB para a produção de resinas petroquímicas como polietileno e polipropileno. O investimento na UPB é de US$ 3,5 bilhões, as obras estão previstas para iniciar em 2007 e a operação começará em 2011.
A decisão por Itaboraí, segundo explica a Petrobras, foi em função das melhores condições ambientais, econômicas e sociais. Tanto Gabrielli, quanto o diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Costa, negaram que a escolha do município represente ganho político para qualquer partido, ainda que as prefeituras locais sejam do partido do Governo Federal.
A proximidade do ano eleitoral também foi descartado pela diretoria da Petrobras como fator de preocupação para o andamento do empreendimento. "Os projetos da Petrobras são de longo prazo, se parássemos a cada campanha eleitoral não faríamos nada", argumenta Costa.
Por outro lado, o presidente da Petrobras cobrou maior integração entre a Petrobras, o governo do estado e governos municipais para facilitar o andamento do projeto. "Um projeto deste tamanho não vai cumprir o prazo se perdemos tempo em acertar nossas diferenças", disse.
Durante o evento, o secretário de energia, indústria naval e do Petróleo, Wagner Victer, afirmou que o governo do estado considera uma vitória a instalação da refinaria no Rio e estará fazendo o possível para acelerar todos os processos da competência do estado para que o empreendimento entre em operação o mais rápido possível.
A governadora Rosinha Matheus cobrou a presença do presidente Luís Inácio Lula da Silva ao evento. Gabrielli, que esteve em Brasília apresentando o emprendimento ao presidente, informou que ele manifestou grande satisfação e defendeu maior integração entre as instâncias de poder em prol de grandes investimentos como este.
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