Redação/Assessoria MME
O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) avaliou, nesta quarta-feira (1/7), as condições de suprimento de energia elétrica no País. Em relação aos impactos da pandemia da COVID-19, sob a ótica do setor elétrico, foi informado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) que, em junho, houve aumento de aproximadamente 2% na carga do Sistema Interligado Nacional (SIN) em comparação ao mês anterior. Esse resultado foi atribuído ao retorno gradual das atividades econômicas no País, e a previsão é que a tendência de retomada gradativa da carga se mantenha no próximo mês. “Existem alguns índices, bastante consistentes, de que o país já iniciou sua retomada”, afirmou o Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
Foram destacados os armazenamentos dos reservatórios equivalentes das usinas hidrelétricas, que permanecem, em sua maioria, em patamares superiores aos verificados nos últimos anos, e a melhoria expressiva das condições verificadas na região Sul. Nesse sentido, foi mencionado o aumento, em junho, de cerca de 20 pontos percentuais no armazenamento equivalente do subsistema Sul, atingindo 37,8% ao final do mês, como consequência dos volumes significativos de precipitações verificadas.
“Ao longo da reunião, vimos algumas boas notícias sobre a recuperação dos níveis dos reservatórios como um todo. A região sul também teve melhora na carga. Por falar nisso, vejo que a carga do País está voltando de forma consistente”, destacou o Ministro.
Diante desse cenário e da perspectiva de permanência das chuvas, o CMSE decidiu revogar as deliberações da 229ª reunião (Ordinária) sobre a adoção de medidas excepcionais para preservação dos estoques armazenados nas usinas hidráulicas do subsistema Sul. O ONS manterá a política de operação das usinas hidrelétricas da Região Sul em suas vazões mínimas, conforme possibilidade, visando aumentar os reservatórios.
Além disso, foi noticiada na reunião a publicação da Resolução Normativa nº 885/2020 da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), com os critérios e procedimentos para a gestão da Conta-COVID para enfrentamento aos impactos causados pela pandemia no setor elétrico. A expectativa é que o primeiro repasse às distribuidoras dos respectivos montantes, conforme regulação, seja efetuado ainda no mês de julho.
O Comitê reiterou a garantia do suprimento em 2020, com o compromisso da manutenção da prestação dos serviços e atividades dos diversos segmentos do setor elétrico e de atendimento aos consumidores do País.
Informações Técnicas:
Condições Hidrometeorológicas: em junho, os maiores totais de precipitação foram verificados nas bacias hidrográficas da região Sul, com destaque para as bacias dos rios Paranapanema, Uruguai e Iguaçu, que apresentaram precipitações acima da média, revertendo cenário de escassez que se observava até o mês de maio. Nas demais bacias de interesse do SIN, permaneceu a condição típica dos meses secos. Em relação à Energia Natural Afluente (ENA) bruta, foram verificados valores abaixo da média em todos os subsistemas, com exceção do Norte.
Energia Armazenada: em junho, foram verificados armazenamentos equivalentes de 53,2%, 36,4%, 89,0% e 83,3% nos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte, respectivamente, e a previsão para o fim de julho nesses subsistemas é de 50,4%, 36,1%, 74,1% e 84,2%.
Expansão da Geração e Transmissão: a expansão verificada em junho de 2020 foi de 133 MW de capacidade instalada de geração centralizada* de energia elétrica, 146 km de linhas de transmissão e 1.167 MVA de capacidade de transformação. Assim, a expansão em 2020 totalizou 3.055 MW de capacidade instalada de geração centralizada1, 3.208 km de linhas de transmissão e 6.518 MVA de capacidade de transformação.
O CMSE, na sua competência legal, continuará monitorando, de forma permanente, as condições de abastecimento e o atendimento ao mercado de energia elétrica do País. As definições finais sobre a reunião do CMSE de hoje serão consolidadas em ata devidamente aprovada por todos os participantes do colegiado e divulgada conforme o regimento.
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*Em geração centralizada, é considerada a expansão das usinas dos Ambientes de Contratação Regulada (ACR) e Livre (ACL), e não são computados os montantes referentes à geração distribuída.
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