Diário de Pernambuco - 31/05/2016
Entrou em operação ontem o maior complexo eólico de Pernambuco, o Ventos de São Clemente. O complexo é formado por oito parques eólicos, distribuídos entre os municípios de Caetés, Venturosa, Pedra e Capoeiras, no Agreste Meridional, localizado a cerca de 250 quilômetros do Recife. São 126 aerogeradores, com capacidade instalada de 216MW, suficientes para atender a demanda de 550 mil famílias. Com investimentos de R$ 1,2 bilhão, a Casa dos Ventos inaugura em menos de um ano o segundo parque eólico no estado. O primeiro foi o Ventos de Santa Brígida (181,9 MW), que fica na região de Caetés, e o próximo será o Ventos de Santo Estevão (142 MW), cuja previsão é entrar em funcionamento em maio de 2017. Quando estiverem em plano funcionamento, os três empreendimentos serão responsáveis por 30% da energia produzida em Pernambuco.
O governador Paulo Câmara (PSB) acionou, remotamente, do Palácio do Campo das Princesas, no Recife, um dos 126 aerogeradores do complexo Ventos de São Clemente. Na oportunidade, ele destacou a importância da participação daenergia eólica na matriz energética do estado. Segundo o governador, os dois complexos eólicos em operação no Agreste já representam 15% da energia gerada em Pernambuco. “É um número expressivo que dialoga com o desenvolvimento sustentável que a gente quer, com energia limpa, que não polui e que tem os seus componentes sendo produzidos em Pernambuco”. Ele se refere às fábricas de aerogeradores que se instalaram em Suape para produzir as turbinas eólicas. “São ações que geraram muitos empregos e renda. São mais de R$ 2 bilhões investidos nos dois projetos eólicos”, pontuou.
Além do complexo eólico Ventos de São Clemente, a Casa dos Ventos pretende colocar em operação o terceiro parque eólico, o Ventos de São Clemente , no próximo ano. O complexo fica localizado na Chapada do Araripe, na Serra do Marinheiro, entre Pernambuco e o Piauí. A capacidade de geração dos quatro parques eólicos do lado pernambucano é de 142 MW. O investimento previsto é de R$ 864 milhões. O diretor executivo da Casa dos Ventos, Clécio Eloy, destacou as condições naturais favoráveis dos ventos (direção e velocidade) como o diferencial de Pernambuco comparado aos demais estados nordestinos.
“Conseguimos reunir aqui as condições naturais e recebemos do governo do estado o apoio e a colaboração para que as coisas aconteçam.” Ele salientou o apoio dos órgãos relacionados ao meio ambiente e as ações de redução de impacto ambiental na região do Agreste. Eloy disse que a cadeia eólica tem impacto positivo perante à sociedade porque traz empregos na época da construção e empregos remanescentes, além de aumentar a atividade econômica da região onde os parques eólicos são instalados. O projeto foi antecipado em sete meses. A previsão inicial era para operar a partir de janeiro de 2017.
LEILÕES
“Com a operação desse complexo, Pernambuco terá uma geração anual de um gigawatt por hora, o que representa 8% de toda a energia consumida aqui, suficiente para atender meio milhão de residências”, afirmou o secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Thiago Norões. Segundo ele, o momento é propício para abrir a discussão sobre o planejamento energético do Brasil. Ele destacou o potencial da energia da biomassa da cana, na Zona da Mata dos estados nordestinos, como Pernambuco, Alagoas e Paraíba para a geração de energia.
Fale Conosco
22