Ao atingir US$ 72 bilhões, a corrente de comércio é a maior desde o início da série história, em 2020. Exportação de petróleo e gás continua como carro-chefe, mas o comércio de veículos de passageiros registrou alta no ano passado
Redação TN Petróleo/Assessoria FirjanO estado do Rio de Janeiro registrou, em 2023, a maior corrente de comércio desde o início da série histórica, em 2000, ao atingir US$ 72 bilhões, com valores recordes tanto nas exportações quanto nas importações, apresentando saldo comercial de US$ 20 bilhões. O estado se manteve como segundo maior player do comércio exterior nacional, com 12,4% de participação, atrás apenas de São Paulo. As informações são do boletim Rio Exporta 2023, elaborado pela Firjan Internacional, com dados da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex) e da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do governo federal.
“O ano de 2023 foi fantástico para a balança comercial brasileira. Tivemos o maior valor da série histórica e a indústria fluminense se comportou também de maneira exemplar, muito puxada pelo petróleo. Demonstrou ainda a potencialidade de outras vocações da nossa economia, notadamente a cadeia industrial automotiva do Sul Fluminense, que é exemplo de outras cadeias que podem ser formadas no estado. A Firjan sempre foi uma grande parceira dessa indústria e do Cluster Automotivo Sul Fluminense”, analisa Rodrigo Santiago, presidente do Conselho Empresarial de Relações Internacionais da Firjan.
As exportações de automóveis de passageiros do estado (US$ 304 milhões) tiveram alta de 17%. Foi a segunda maior variação positiva entre os produtos exportados, com avanço especialmente no mercado argentino. Um exemplo é o resultado da Nissan.
"Para as empresas se manterem competitivas no mercado internacional é fundamental termos um ambiente saudável para o negócio, estrutura logística e compreensão política, para que possamos seguir dentro de um equilibro na operação. Nosso Complexo Industrial de Resende completa 10 anos em abril e estamos consolidando uma estrutura que nos permitirá, cada vez mais, atender a outros mercados. Como resultado, em 2023, tivemos um crescimento de 32% nas nossas exportações de veículos produzidos no estado do Rio de Janeiro em comparação ao ano anterior. Para os próximos anos, temos expectativa de seguir crescendo”, declara Fernando Flórido, diretor de Assuntos Externos e Governamentais da Nissan do Brasil.
Exportações fluminenses
As exportações fluminenses totalizaram US$ 45,9 bilhões em 2023, estáveis em relação a 2022, e as importações somaram US$ 25,9 bilhões em 2023, 2% superior às do ano anterior. Os EUA se mantiveram como principal parceiro comercial do Rio de Janeiro, tanto nas exportações como nas importações exclusive petróleo. Nas exportações, as vendas para os EUA representam 39% de participação na balança estadual.
“Os EUA são o principal importador de bens industriais fluminenses, à frente da Europa. Isso agrega valor nas exportações, por serem produtos mais caros. Grandes empresas como Celma, Gerdau e Embraer abriram negócios e transferiram parte do processo produtivo para terras norte-americanas. Isso gera um aumento forte e consistente do comércio bilateral”, analisa Josefina Guedes, conselheira do Conselho Empresarial de Relações Internacionais da Firjan e diretora da GBI Consultoria Internacional.
Nas exportações exclusive petróleo é possível destacar também um aumento de 31% nas vendas para a Ásia, devido ao avanço de 124% nos embarques para a China (US$ 626 milhões). E nas importações, a União Europeia, segundo maior bloco importador, teve alta de 19%, com destaque para França e Alemanha.
Nas exportações totais do estado, petróleo e gás natural (US$ 36,1 bilhões) tiveram aumento de 2% em relação a 2022, e alcançaram participação de 79% das vendas fluminenses. Destacam-se também o aumento de 35% nos embarques de máquinas e equipamentos (US$ 567 milhões).
Nas importações totais, ressalta-se a alta de 13% nos desembarques de bens intermediários (US$ 14,2 bilhões), com alta de 14% nas compras de outros equipamentos de transporte, como partes de motores e turbinas para aviação (US$ 3,3 bilhões).
No comércio de óleos brutos de petróleo, a China (US$ 17,2 bilhões) manteve a posição de principal compradora do produto fluminense, com 48% de participação. Já na importação, o Rio registrou diminuição de 17% no volume de petróleo desembarcado. A Arábia Saudita segue como principal fornecedora, enquanto as compras da Guiana cresceram 356%.
Em 2023, a média do preço do barril de petróleo atingiu US$ 91,73, indicando uma queda de 15% no índice preço das exportações fluminenses da commodity. Já as quantidades totais exportadas aumentaram 16% ante 2022. No setor de máquinas e equipamentos, houve alta de 173% no índice quantum.
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