Redação/Assessoria CCEE
Mais de 10 mil agentes já participam do mercado de comercialização de energia elétrica no Brasil e estão habilitados a negociar na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica - CCEE. O marco histórico foi alcançado em julho, quando a organização contabilizou 10.036 empresas e consumidores registrados, cerca de 11% a mais do que no mesmo mês do ano passado.
Só em 2020, de janeiro a julho, foram registradas as adesões de 1.165 agentes. Isso corresponde a uma média mensal de 166 registros, contra 134 verificadas nos sete primeiros meses de 2019. Além disso, existem outros 1.043 pedidos em andamento, um aumento de 83% dos processos ante julho de 2019.
O maior volume é formado por consumidores livres e especiais. Ao todo, o mercado livre totalizava, em julho, 7.947 participantes das classes de consumo, quase 80% do total de agentes habilitados na CCEE. Na comparação com o mesmo mês de 2019, houve um crescimento de 22,4% da categoria.
Histórico de Crescimento
Desde sua criação, há 21 anos, a CCEE passou de um quadro de 58 agentes para os atuais 10 mil. Dois fatores influenciaram esse aumento exponencial: a diversificação de fontes com a contratação de usinas em leilões e a criação e a expansão do mercado livre de energia.
O crescimento acelerou-se sobretudo entre os anos de 2015 e 2016, quando a migração de consumidores para o ambiente de Contratação Livre - ACL se ampliou em 25 vezes frente aos anos anteriores. Em 2020, uma nova onda migratória voltou a provocar uma alta mais expressiva do número de agentes.
"A CCEE tem crescido com novas atribuições e acompanhando a evolução do mercado de energia. Chegamos à marca de 10 mil agentes mantendo nossa eficiência operacional e a qualidade dos serviços em um mercado em franca expansão. Novos desafios estão por vir e procuraremos sempre contribuir para a viabilização da comercialização de energia elétrica no País", destaca Rui Altieri, presidente do Conselho de Administração.
Raio-X das migrações
Além dos consumidores, são agentes da CCEE as geradoras, distribuidoras, autoprodutoras e comercializadoras. Só em julho, 191 novos agentes se associaram à organização, sendo 144 consumidores especiais e 13 livres, além de 10 novas comercializadoras e 24 usinas classificadas como produtores independentes de energia.
Do total de consumidores que aderiram ao mercado livre com cargas novas em julho, 126 possuem carga de até 1 MW. Outros 10 possuem carga entre 1 MW e 1,99 MW e 11 adesões têm carga superior a 2 MW. O ramo de Serviços foi o que registrou o maior percentual de adesões (36%), seguido pelo de manufaturados diversos (34%).
Ao final do mês, eram 23 os comercializadores varejistas habilitados para atuação. Outras 23 solicitações estão sob análise.
Saiba mais:
Mercado livre - ambiente onde o consumidor pode escolher o fornecedor de energia, bem como as condições de contratação, seja diretamente com a geradora, seja com um comercializador de energia. A contratação é feita bilateralmente ou por meio de leilões de venda de energia promovidos por geradoras ou comercializadoras. É conhecido também pelo jargão ambiente de contratação livre (ACL).
Mercado regulado - ambiente onde o consumidor tem a gestão da energia feita pela distribuidora na qual ele está conectado. É conhecido também pelo jargão ambiente de contratação regulada (ACR), com leilões realizados pelo governo.
Produtor independente de energia - agente de geração que pode negociar a energia produzida no mercado regulado ou no mercado livre.
Autoprodutor de energia - consumidor que produz a própria energia elétrica, com a implantação de usinas de qualquer fonte de energia.
Comercializador de energia - agente autorizado a intermediar operações de compra e venda de energia entre geradores e consumidores de energia, entre outras transações.
Comercializador varejista - figura criada para abrigar consumidores especiais ou geradores com cargas menores, de até 1 MW.
Consumidor livre - é aquele que contrata energia no mercado livre, sem qualquer restrição de fonte de energia, com carga acima de 2 MW.
Consumidor especial - é aquele que contrata energia no mercado livre, desde que seja gerada por fontes renováveis (eólica, solar, pequenas centrais hidrelétricas e usinas a biomassa ou biogás), com carga acima de 0,5 MW. A energia adquirida por consumidores especiais é conhecida no setor como energia incentivada, porque garante descontos em uso de sistemas de transporte da energia (transmissão ou distribuição).
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