Indústria

Com pouco crédito e juros altos 35% das indústrias não conseguem financiamento para capital de giro

Pesquisa da CNI mostra que as empresas foram obrigadas a adiar compromissos com fornecedores e até atrasar pagamento de impostos e salários porque não obtiveram o valor total do empréstimo.

Agência CNI de Notícias/Redação
30/06/2016 14:12
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A crise política e econômica dificultou ainda mais o acesso das indústrias às linhas de financiamento para capital de giro. Conforme a Sondagem Especial - Financiamento para Capital de Giro, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), 53% das empresas renovaram os empréstimos em piores condições. Além disso, 35% não conseguiram o crédito e 40% obtiveram apenas parte do valor pedido.

"Essa situação preocupa, uma vez que o capital de giro é essencial para a manutenção da operação regular das empresas. As más condições de financiamento, tanto em termos de acesso como de custo e prazo, são empecilho ao desenvolvimento dos negócios e à expansão das empresas", avalia a CNI.

A pesquisa mostra que aproximadamente 82% das empresas tiveram que adiar algum tipo de compromisso porque não obtiveram o valor total do empréstimo. O principal impacto, citado por 26% das empresas, foi o atraso de pagamento dos fornecedores. Em seguida, com 23% das respostas, as empresas disseram que perderam oportunidades de negócios. Outros prejuízos importantes foram a necessidade de negociação de novos prazos com fornecedores e os atrasos nos pagamentos de tributos e salários.

 

A elevada taxa de juros, com 77% das menções, foi a principal dificuldade enfrentada pelas indústrias que buscaram capital de giro nas instituições financeiras. Em segundo lugar, com 53% das menções, aparecem as exigências de garantias reais. Em terceiro lugar, com 31% das citações, vêm os prazos muito curtos.

Uma saída apontada pelas empresas para enfrentar as dificuldades de acesso ao crédito é a ampliação do prazo de pagamento dos tributos. "Entre as que apresentaram algum problema de crédito, 33% destacaram a ampliação do prazo de pagamento dos tributos como a melhor alternativa para lidar com o problema, 27% ressaltaram a simplificação das exigências e 19% apontaram a destinação de parte do compulsório dos bancos para financiar capital de giro", informa a pesquisa.

AÇÕES EMERGENCIAIS - Diante deste cenário, a CNI reafirma que a ampliação dos prazos de pagamento dos impostos e a melhoria das condições de acesso ao crédito são prioritárias para a recuperação das empresas e a saída da crise. As duas propostas fazem parte do conjunto de cinco medidas emergenciais apresentadas ao governo na semana passada.

No documento entregue ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, a CNI sugere a liberação de recursos do compulsório bancário para linhas de financiamento de curto prazo. "Um ambiente de fácil acesso ao crédito e baixo custo de capital é essencial para redução do custo operacional e para melhoria da competitividade da indústria brasileira", argumenta a CNI.

A ampliação dos prazos de pagamento dos impostos que, em alguns casos chega a ser inferior a 30 dias depois de efetuada a venda, dará mais fôlego para as empresas. Hoje o prazo médio de recebimento das vendas é de 46 dias. Para reduzir essa diferença, a CNI propõe a ampliação imediata do prazo de pagamento de PIS-PASEP, Cofins e IPI do dia 25 para o último dia útil do mês. A indústria sugere ainda o estabelecimento de um cronograma gradual do prazo de recolhimento de impostos e contribuições federais para o último dia útil da primeira quinzena do segundo mês posterior ao da realização das vendas. Por exemplo, os tributos incidentes sobre as vendas realizadas em janeiro serão pagos perto do dia 15 de março.

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