Correio do Estado (MS), 09/03/2020
Com o aumento do preço da gasolina em Mato Grosso do Sul, o consumidor tenta buscar alternativas para baratear os custos com combustíveis. O Gás Natural Veicular (GNV) pode ser uma das opções. Mesmo com um investimento médio de R$ 5 mil, a procura em uma empresa credenciada para a instalação do kit de conversão veicular aumentou 40%. De acordo com a MSGÁS, a opção pode não ser tão atrativa com a alta do dólar.
Em Mato Grosso do Sul, a mudança nas alíquotas do etanol e da gasolina passou a valer a partir do dia 12 de fevereiro. O ICMS, que antes era de 25%, passou a 20% para o etanol e a 30% para a gasolina. Conforme os dados da ANP, o preço médio do litro da gasolina saiu de R$ 4,345, entre 2 e 8 de fevereiro, para R$ 4,542 na pesquisa mais recente (entre 23 e 29 de fevereiro).
O aumento no preço da gasolina trouxe mais clientes para a empresa Le Gas, uma das duas certificadas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) para realizar a conversão dos veículos. “Tivemos um aumento de 40% na procura, nos últimos meses. Os clientes são principalmente motoristas de aplicativos, taxistas e camionetes. O preço para instalação do kit varia de R$ 3,2 mil até uns R$ 8 mil, dependendo do veículo, a média é R$ 5 mil, mas o retorno é rápido”, afirmou o proprietário Lemoel Luiz de Oliveira Junior.
Ainda conforme os dados da ANP, o valor do metro cúbico (m³) do GNV se manteve igual ao da primeira e última semana do mês (R$ 3,187). Mais barato do que os demais combustíveis, o GNV representa uma economia ao seu usuário de até 50%, aponta a MSGás. Segundo o simulador encontrado no site da companhia, com 1 litro de gasolina (R$ 4,542), é possível andar até 12 km; com 1 m³ de GNV (R$ 3,187), o mesmo veículo percorre até 14 km.
Demanda
O crescimento do consumo de GNV em Mato Grosso do Sul gira em torno de 8% ao ano, conforme informações da MSGás. O diretor-presidente da companhia, Rudel Trindade Junior, disse que, apesar de o aumento da demanda e a conversão serem compensatórias, atualmente, outros fatores inviabilizam a troca da gasolina pelo GNV.
“Temos notado um crescimento gradativo no consumo do GNV, na faixa de 8% ao ano. O problema que o preço do gás é atrelado ao dólar e ao petróleo. Com essa subida do dólar (chegou a ultrapassar R$ 4,50 nesta semana), a competitividade não fica tão boa em relação aos outros combustíveis. Quando o dólar está cotado a um preço mais baixo, com certeza, compensa fazer a troca”, explicou Rudel Trindade.
Para o diretor do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e Lojas de Conveniência (Sinpetro-MS), Edson Lazarotto, falta incentivo para que o GNV seja viável. “É uma opção, mas sem nenhuma perspectiva de incentivo ainda”, comentou ele, que disse ainda que apenas quatro postos de combustíveis oferecem o GNV ao consumidor.
Menos poluente
O GNV é um combustível menos poluente. Sua composição química permite combustão praticamente completa, liberando apenas dióxido de carbono e vapor de água. Para se ter uma ideia do menor impacto ambiental causado pelo GNV, o uso adequado desse combustível, se comparado com os combustíveis tradicionais, pode reduzir as emissões de monóxido de carbono (CO) em 76%, de óxido de nitrogênio (NOx) em 84% e de hidrocarbonetos pesados (CnHm) em 88%.
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