Navegação

CMA CGM planeja entrar na cabotagem

A francesa CMA CGM, terceira do mundo no transporte de contêineres, poderá entrar na navegação de cabotagem no Brasil em 2007. O início da operação da empresa com serviços regulares na costa brasileira, se confirmado, deverá acirrar ainda mais a concorrência neste setor, que já é disputa...

Valor Econômico
05/10/2006 00:00
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A francesa CMA CGM, terceira do mundo no transporte de contêineres, poderá entrar na navegação de cabotagem no Brasil em 2007. O início da operação da empresa com serviços regulares na costa brasileira, se confirmado, deverá acirrar ainda mais a concorrência neste setor, que já é disputado por três pesos-pesados: Aliança Navegação e Logística (Hamburg Süd), Mercosul Line (Maersk) e Docenave (Vale do Rio Doce e Mitsui).

Em 2006, estas empresas devem movimentar juntas na cabotagem 350 mil TEUs (contêiner equivalente a 20 pés), incluindo o tráfego dos navios para o Mercosul (Uruguai e Argentina). A cabotagem é de interesse estratégico para a CMA CGM, diz Luiz Guilherme Pochaczevsky, diretor comercial da empresa no Brasil. Hoje a líder da cabotagem é a Aliança, com uma participação de mercado de cerca de 55%, seguida da Docenave, com 25%, e da Mercosul Line, com 20%.

O transporte de contêineres em navios entre portos brasileiros permitiria à companhia francesa ganhar escala no volume transportado e avançar no processo de verticalização de suas operações no país. A estratégia também contempla investimento em terminal portuário, possivelmente no Pará.

Neste ano, a CMA CGM deve movimentar 221 mil TEUs entre o Brasil e o exterior, o que lhe garantirá uma participação de mercado de 7,2% nas rotas de longo curso, que incluem exportações e importações feitas pelo país. A meta é aumentar essa participação para 11% em 2008. No total, a CMA CGM tem 20 escritórios próprios no mercado brasileiro, onde deve faturar US$ 360 milhões em 2006. No mundo, a empresa faturou 5,2 bilhões de euros no ano passado.

A companhia aplica no Brasil o conceito de operador multimodal, oferecendo solução de transporte integrada aos clientes por meio de parcerias com portos secos e estações aduaneiras de interior (Eadis). Pochaczevsky diz que de janeiro a junho deste ano a empresa cresceu 25,3% nas linhas de longo curso entre o Brasil e o exterior enquanto o setor se expandiu em 7,1%. As líderes no longo curso são a alemã Hamburg Süd e a dinamarquesa Maersk.

O executivo disse que a subsidiária brasileira já apresentou estudo sobre a operação de cabotagem à matriz, em Marselha, na França, e existe a expectativa de começar a operar no ano que vem. Uma possibilidade é entrar com navios próprios, o que exigiria pelo menos cinco embarcações. Na cabotagem, a legislação obriga o uso de navios de bandeira brasileira ou o afretamento temporário no exterior enquanto a empresa constrói novas unidades no país.

Outra alternativa analisada pela CMA CGM é associar-se a uma das empresas com atuação na cabotagem. Já houve conversas com a Mercosul Line, que opera de Manaus a Paranaguá com dois navios, e com a Docenave, que tem quatro navios afretados da antiga Frota Amazônica. Atualmente a autorização da Docenave para operar na cabotagem pertence à DCNDB Overseas S.A. Nesta empresa, a Docenave tem 79% de participação acionária e a japonesa Mitsui, 21%. Procurada para falar sobre sua estratégia na cabotagem, a Docenave informou, por meio de sua assessoria, que não se manifestaria.

Álvaro Fagundes, gerente nacional de vendas de cabotagem da Aliança, diz que a navegação entre os portos no país tornou-se uma opção econômica confiável para a distribuição da produção nacional para todo o território brasileiro.

A Aliança conta hoje com dez navios operando na costa, atendendo os portos desde Manaus até Buenos Aires. Fagundes diz que a empresa desenvolveu uma estrutura de apoio, por meio de alianças com provedores rodoviários e ferroviários, que permite atender toda a cadeia logística de suprimentos e distribuição, oferecendo serviços porta a porta ao mercado.

Nos cálculos da Aliança, a cabotagem vem crescendo a taxas médias de 30% ao ano. A grande concorrência da cabotagem ainda é o modal rodoviário, que detém 60% da carga transportada no país. Isso demonstra, segundo Fagundes, que existe potencial de crescimento para a cabotagem, o que passa por novos investimentos em navios e na infra-estrutura dos portos. Os números também comprovam que há espaço para novos operadores, como a CMA CGM.
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