Jornal do Commercio
A porta de entrada do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, um prédio que abrigará um Centro de Informações para visitantes, está com o projeto definido. A obra tem custo previsto de R$ 9 milhões e terá duração de aproximadamente um ano, devendo ser iniciada no início de 2009.
O edifício trará todas as informações da construção do Comperj, além de abrigar o acervo histórico da Vila Santo Antonio de Sá, um dos antigos povoamentos da região.
Ambientes interativos - com utilização de técnicas multimídias e imagens de satélite em tempo real -ajudarão a interação dos visitantes com o espaço, que organizará e recepcionará as visitas às ruínas do Convento São Boaventura e ao Corredor Ecológico que será implementado na região.
O vencedor do Concurso Nacional de Anteprojetos de Arquitetura para o Centro de Informações do Comperj, realizado pela Petrobrás em parceria com o Instituto de Arquitetos do Brasil - seção Rio de Janeiro (IAB-RJ), foi o escritório Andrade Morettin, dos arquitetos Vinícius Andrade e Marcelo Morettin, de São Paulo. Ao todo, concorreram 116 projetos de todas as regiões do país.
O vencedor, que recebeu um prêmio de R$ 50 mil mais o contrato de execução de R$ 883,5 mil, utilizou em seu projeto grande quantidade de vidro e aço.De acordo com o arquiteto Vinícuis Andrade, a grande questão de reflexão era unir no mesmo ambiente a sustentabilidade ambiental, eficiência e tecnologia, adequando o projeto à paisagem local.
"O projeto é para um espaço de interlocução para a sociedade. Ele se encaixa de frente para as ruínas, formando um triângulo com a torre sineira. Tentamos não cortar muito o terreno, já que nossa proposta é de relação com o sítio existente. O prédio pousa sobre a estrutura que já estava lá. É um projeto leve", disse Vinícius Andrade.
Andrade afirmou ainda que a vitória no concurso foi conquistada possivelmente por assumir o caráter contemporâneo sem tentar esconder o edifício. Segundo ele, a utilização de materiais que dessem luminosidade e conforto era uma de suas prioridades.
"É um pavilhão com estrutura de aço e muito vidro. Os pisos são de madeira para esquentar um pouco. Não quisemos esconder o prédio, mas tentamos colocá-lo como uma tela de fundo. O terreno é muito bonito", afirmou o arquiteto.
A presidente da IAB-RJ, Dayse Gois, afirmou que a opção da Petrobras pelo concurso foi a mais acertada para o tipo de projeto que era esperado. Segundo ela, esta forma de licitação é a que dá garantias para o cliente que o melhor projeto será escolhido.
"Quando não são prédios muito técnicos, a melhor opção é a de concurso, pois o cliente tem certeza das melhores soluções. No Rio de Janeiro, foi a primeira parceria entre Petrobras e IAB, mas já temos um protocolo de intenções assinado para avaliação de impacto na área de entorno", contou.
Concorrência
Dayse afirmou que a qualidade dos projetos finalistas era muito grande e que o número de concorrentes foi um fator determinante para que surgissem excelentes soluções. Em um primeiro momento, 116 arquitetos se inscreveram para apresentar idéias. Destes, 89 terminaram a primeira etapa e três foram escolhidos para desenvolver o projeto.
"Qualquer um poderia ter vencido, mas acho que o projeto de São Paulo atendeu melhor às questões ambientais, de tecnologias limpas que não gerassem resíduos. É uma arquitetura contemporânea, que busca uma nova linguagem e está ajustada para a área", disse.
Ao todo, arquitetos de 14 estados, de todas as regiões, participaram do concurso. O segundo lugar ficou com os arquitetos Otávio Leoonídio e João Pedro Backheuser, do Rio de Janeiro, que receberam R$ 25 mil como prêmio.
Em terceiro, com premiação de R$ 15 mil, ficou o arquiteto de Londrina (PR), Eduardo Suzuki. Dayse Gois explicou que a tarefa dos jurados, três do IAB e dois da Petrobras, foi bastante difícil. Receberam menção honrosa no concurso os arquitetos Luís Eduardo Loiola de Menezes, Alexandre Hepner, Andreoni da Silva Prudencio e Sidonio Porto.
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