Energia

Cenário para 2014 ficou pior

Afirmação é da Cesp.

Valor Econômico
12/12/2013 11:38
Visualizações: 192

 

O leilão de energia disponível (A-1), que será realizado no dia 17 de dezembro pelo governo federal, ainda está cercado de incertezas. Segundo o presidente da Cesp, Mauro Arce, a estatal paulista de atuação no setor tem 1 mil MW de energia descontratada em 2014, que poderia ser ofertada para as distribuidoras espalhadas pelo país (mercado regulado). Mas a empresa ainda não definiu sua estratégia.
Estima-se que as distribuidores precisem recontratar um grande volume, em torno de 6 mil MW, o que seria, por si só, um fator de alta das cotações. Segundo Arce, as condições hidrológicas também pioraram desde setembro para cá, indicando que o país continuará dependente de usinas térmicas em 2014. Isso significa que os preços do MWh permanecerão elevados no mercado spot, o que poderia reduzir o interesse das geradoras.
No entanto, as estatais controladas pelo governo federal podem interferir na oferta e demanda, forçando uma queda dos preços durante o leilão A-1.
Em vez de vender energia para as distribuidoras na próxima semana, a Cesp pode optar por liquidá-la no mercado de curto prazo em 2014, pelo Preço de Liquidação das Diferenças (PLD). O PLD é calculado semanalmente e espelha o custo com as usinas térmicas. Em novembro, os preços mantiveram-se em torno R$ 330 por MWh, portanto, em patamares bem superiores aos estabelecidos para o leilão A-1.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) fixou o preço-teto de R$ 192 por MWh para os contratos válidos por um ano, de R$ 166 por MWh para contratos de 18 meses e R$ 150 por MWh para contratos de três anos. Mas esses valores, segundo Arce, foram calculados em setembro, quando as perspectivas climáticas ainda eram melhores.
A Cesp rejeitou a proposta do governo federal para renovar antecipadamente a concessão de duas hidrelétricas, Ilha Solteira e Jupiá. Até 2015, portanto, a geração dessas usinas pertence à companhia. Em reunião realizada ontem com analistas, o diretor financeiro da Cesp, Almir Martins, ressaltou que a decisão de não antecipar o fim das concessões mostrou ter sido a melhor para os acionistas. Com a forte alta dos preços no spot, a empresa vai lucrar nos próximos dois anos mais do que ganharia se aceitasse o corte nas tarifas de 70% exigido pelo governo federal para prorrogar as concessões.
A Cesp só poderá vender contratos válidos por um ano e 18 meses no próximo leilão, já que vai devolver as duas usinas em 2015. Uma das hidrelétricas da estatal, a de Três Irmãos, já foi entregue para a federação e será a primeira que passará por um processo de relicitação na história do setor elétrico. O leilão está marcado para o dia 31 de janeiro.
Continuam intensas as negociações entre o secretário de Energia do Estado de São Paulo, José Aníbal, e o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, para que a União pague uma indenização maior à Cesp pelos investimentos feitos na usina. Mas, segundo Arce, a lei permite que governo federal leve a usina a leilão mesmo sem ter pago a indenização.
As negociações podem se estender até o início de março. Se os dois lados chegarem a um acordo até lá, ainda dará tempo para que a Cesp faça as alterações necessárias em seu balanço no quarto trimestre, disse Arce. A usina de Três Irmãos está contabilizada nos livros da estatal paulista por R$ 3,5 bilhões, valor que será transformado em uma conta a receber. Se a indenização paga pela União for inferior, a diferença representará uma perda para a companhia. A União calcula que a Cesp teria direito a receber apenas R$ 1,7 bilhão, cifra que, se mantida, obrigará a empresa a provisonar R$ 1,8 bilhão.
Segundo Martins, esse impacto será amenizado por outros lançamentos contábeis, que haviam sido feitos com a adoção do padrão IFRS e que serão revertidos. A Cesp vai pagar aos acionistas um adicional de R$ 505 milhões, que vão se somar aos dividendos que podem vir a ser distribuídos no exercício de 2013. A cifra virá de três contas distintas. Uma delas, no valor de R$ 185 milhões, refere-se à depreciação excedente que foi feita quando foram adotados os critérios do IFRS. Outra conta que será incorporada aos resultados, no valor de R$ 170 milhões, virá da reserva de variação cambial.
O que será da Cesp depois de 2015 é difícil prever. A geradora sempre fez parte do plano de privatização do atual governo, admitiu Arce. Mas seu futuro estará nas mãos de quem vencer as eleições estaduais em 2014.

O leilão de energia disponível (A-1), que será realizado no dia 17 de dezembro pelo governo federal, ainda está cercado de incertezas. Segundo o presidente da Cesp, Mauro Arce, a estatal paulista de atuação no setor tem 1 mil MW de energia descontratada em 2014, que poderia ser ofertada para as distribuidoras espalhadas pelo país (mercado regulado). Mas a empresa ainda não definiu sua estratégia.

Estima-se que as distribuidores precisem recontratar um grande volume, em torno de 6 mil MW, o que seria, por si só, um fator de alta das cotações. Segundo Arce, as condições hidrológicas também pioraram desde setembro para cá, indicando que o país continuará dependente de usinas térmicas em 2014. Isso significa que os preços do MWh permanecerão elevados no mercado spot, o que poderia reduzir o interesse das geradoras.

No entanto, as estatais controladas pelo governo federal podem interferir na oferta e demanda, forçando uma queda dos preços durante o leilão A-1. Em vez de vender energia para as distribuidoras na próxima semana, a Cesp pode optar por liquidá-la no mercado de curto prazo em 2014, pelo Preço de Liquidação das Diferenças (PLD). O PLD é calculado semanalmente e espelha o custo com as usinas térmicas. Em novembro, os preços mantiveram-se em torno R$ 330 por MWh, portanto, em patamares bem superiores aos estabelecidos para o leilão A-1.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) fixou o preço-teto de R$ 192 por MWh para os contratos válidos por um ano, de R$ 166 por MWh para contratos de 18 meses e R$ 150 por MWh para contratos de três anos. Mas esses valores, segundo Arce, foram calculados em setembro, quando as perspectivas climáticas ainda eram melhores.

A Cesp rejeitou a proposta do governo federal para renovar antecipadamente a concessão de duas hidrelétricas, Ilha Solteira e Jupiá. Até 2015, portanto, a geração dessas usinas pertence à companhia. Em reunião realizada ontem com analistas, o diretor financeiro da Cesp, Almir Martins, ressaltou que a decisão de não antecipar o fim das concessões mostrou ter sido a melhor para os acionistas. Com a forte alta dos preços no spot, a empresa vai lucrar nos próximos dois anos mais do que ganharia se aceitasse o corte nas tarifas de 70% exigido pelo governo federal para prorrogar as concessões.

A Cesp só poderá vender contratos válidos por um ano e 18 meses no próximo leilão, já que vai devolver as duas usinas em 2015. Uma das hidrelétricas da estatal, a de Três Irmãos, já foi entregue para a federação e será a primeira que passará por um processo de relicitação na história do setor elétrico. O leilão está marcado para o dia 31 de janeiro.

Continuam intensas as negociações entre o secretário de Energia do Estado de São Paulo, José Aníbal, e o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, para que a União pague uma indenização maior à Cesp pelos investimentos feitos na usina. Mas, segundo Arce, a lei permite que governo federal leve a usina a leilão mesmo sem ter pago a indenização.

As negociações podem se estender até o início de março. Se os dois lados chegarem a um acordo até lá, ainda dará tempo para que a Cesp faça as alterações necessárias em seu balanço no quarto trimestre, disse Arce. A usina de Três Irmãos está contabilizada nos livros da estatal paulista por R$ 3,5 bilhões, valor que será transformado em uma conta a receber. Se a indenização paga pela União for inferior, a diferença representará uma perda para a companhia. A União calcula que a Cesp teria direito a receber apenas R$ 1,7 bilhão, cifra que, se mantida, obrigará a empresa a provisonar R$ 1,8 bilhão.

Segundo Martins, esse impacto será amenizado por outros lançamentos contábeis, que haviam sido feitos com a adoção do padrão IFRS e que serão revertidos. A Cesp vai pagar aos acionistas um adicional de R$ 505 milhões, que vão se somar aos dividendos que podem vir a ser distribuídos no exercício de 2013. A cifra virá de três contas distintas. Uma delas, no valor de R$ 185 milhões, refere-se à depreciação excedente que foi feita quando foram adotados os critérios do IFRS. Outra conta que será incorporada aos resultados, no valor de R$ 170 milhões, virá da reserva de variação cambial.

O que será da Cesp depois de 2015 é difícil prever. A geradora sempre fez parte do plano de privatização do atual governo, admitiu Arce. Mas seu futuro estará nas mãos de quem vencer as eleições estaduais em 2014.

Mais Lidas De Hoje
Veja Também
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

20