Cerca de 150 mil famílias de 62 cidades mineiras vão receber neste ano novas geladeiras, lâmpadas fluorescentes e chuveiros elétricos. Os moradores da Cohab, na grande Belo Horizonte, vão receber aquecedores solares para esquentar água. Asilos e hospitais de todo o Estado também estão na lista. Em agosto, agricultores do norte do Estado vão ter novos sistemas de irrigação automatizados que molham a plantação durante à noite e com isso evitam de manter as mangueiras ligadas durante o pico do consumo de energia.
Esses são alguns dos projetos de eficiência energética da Cemig, empresa que pertence ao governo do Estado, que vão receber R$ 140 milhões só neste ano. É um volume cinco vezes maior do que foi investidor no ano anterior, no total de R$ 26 milhões. Por coincidência, todo esse investimento que beneficia principalmente a população de baixa renda será feito em um ano eleitoral. Mas propaganda dos programas, segundo o coordenador do programa na Cemig, Rodolfo de Souza Monteiro, só depois das eleições.
"Tivemos problema com as licitações para investir e por isso temos um estoque de cinco anos, mas vamos recuperar tudo neste ano", disse Monteiro. Além disso, tem a própria exigência da Aneel de que tudo seja aplicado neste ano. Outro problema foi a dificuldade de se comprar placas solares. "Só agora temos empresas fabricantes no país".
Entre eficiência energética e Pesquisa & Desenvolvimento o estoque no passivo da Cemig chega a R$ 400 milhões. Até janeiro de 2011, em eficiência ela não poderá ter um passivo superior a R$ 80 milhões. Mas com tantos projetos em carteira e já em andamento não será difícil cumprir a meta.
Já em P&D, a empresa sabe que terá dificuldades de cumprir todo o investimento previsto. O gerente da área na empresa, Jaelton Avelar Fernandin, diz que não pode afirmar se todo o estoque será aplicado. A empresa tem em carteira 57 projetos e vai ter de escolher aqueles que requerem mais investimentos e ao mesmo tempo agreguem valor. Um dos projetos será a instalação de uma usina térmica solar experimental, mas mesmo essa pesquisa requer apenas R$ 3,7 milhões em investimentos. "E hoje a competição é grande, as universidades e empresas estão tomadas com projetos", diz Jaelton.