Ideia é desenvolver energia de baixo custo.
Diário do Nordeste
Um dos primeiros estados do Brasil a possuir parques de geração de energia eólica e escolhido para a instalação da primeira usina solar da América Latina, o Ceará negocia atualmente, via Federação das Indústrias do Estado (Fiec), a implantação de uma agência de energias renováveis com a Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) - a agência de implementação da cooperação alemã para o desenvolvimento.
O equipamento deve trazer centros de pesquisa e desenvolvimento de tecnologias voltadas à geração de energia de baixo impacto ambiental, além de atrair grandes e médias indústrias do setor ao Ceará.
"Estamos visando uma coisa bem maior para o estado. Queremos implantar, nessa parceria com a agência alemã, uma agência de energias renováveis no Ceará, que será referência para o Brasil e a América Latina", afirmou o presidente do Sindicato das Indústrias de Energia do Ceará (Sindienergia-CE), Elias do Carmo. Responsável pela articulação com a GIZ, ele contou que os primeiros contatos foram feitos ainda em outubro do ano passado e, depois de manifestado o interesse cearense pela agência de energias renováveis, um encontro foi marcado para 17 de fevereiro, na Alemanha.
"Nós fomos convidados para ir a Dusseldorf apresentar nosso projeto. Depois disso, eles (representantes da GIZ) devem vir ao Ceará realizar uma visita técnica para conferir as questões práticas", contou.
Também farão parte da comitiva do Ceará no encontro com a agência alemã "dois técnicos indicados pelo presidente da Fiec, Roberto Macêdo, empresários do setor de energias renováveis e um representante indicado pela Adece (Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará), que foi convidada pela Federação das Indústrias".
O objetivo em selar acordo para a instalação a agência de energias renováveis no Estado, segundo ressaltou o presidente do Sindienergia-CE, é viabilizar a atração de mais indústrias do ramo no Ceará.
Novas unidades no Cipp
De acordo com Elias, a GIZ conta com três mil empresas - entre grandes, médias e pequenas - vinculadas às energias eólica, solar e também de biomassa associadas a ela. A intenção, portanto, é fazer com que as maiores empresas construam unidades no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp).
"Com eles aqui, nós teremos subsídios tecnológicos, desenvolvimento de pesquisas e também ligações internacionais com o país que é o berço da energia renovável", enfatiza.
Ainda sem revelar qual o custo de implantar um equipamento deste porte no Ceará, o presidente do Sindienergia-CE afirmou que a proposta é que o investimento seja financiado pelo governo alemão - via GIZ.
"Nós, no Ceará, temos matéria prima, mas não temos o dinheiro. Eles (os alemães) têm a tecnologia e o dinheiro e nós vamos em buscar de selar um acordo", afirmou. Mesmo com proposta de projeto já concluída e pronta para ser apresentada aos alemães, Elias conta que o interesse de "trazer uma agência dessa importância para o Brasil, sediada no estado", faz com que alguns pontos estabelecidos, como a localização, podem ser negociados com a GIZ.
Disputa com outros estados
Pioneiro no desenvolvimento e emprego das energias renováveis no Brasil, o Ceará ainda disputou a agência com outros estados, "como São Paulo e alguns outros nordestinos", segundo contou Elias.
"Eles estão mais interessados que nós, agora, pois nosso potencial é muito grande", reforçou o presidente do Sindienergia. A preferência pelas terras cearenses pelos alemães, no entanto, foi embasada no histórico do estado.
Pioneirismo
A incidência do Sol com a intensidade suficiente para gerar energia elétrica resultou na instalação da primeira usina solar da América Latina, em Tauá. O empreendimento não foi afetado pela quebra do empresário idealizador dono da antiga MPX (hoje Eneva), Eike Batista, e funciona atualmente com capacidade de 1 megawatt, a mesma desde sua inauguração, no ano de 2011.
É também aqui que está um dos maiores parques de geração eólica do Brasil, onde funcionam 23 usinas eólicas e mais 26 estão sendo construídas.
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