Diário do Nordeste
Taxistas, frotistas e demais consumidores de gás natural devem começar a se preparar para um novo reajuste no preço do produto, já a partir de 1º de agosto próximo, no Estado. O percentual tende a ficar entre 5% e 6%, segundo informou, ontem, o presidente da Companhia de Gás do Ceará (Cegás), José Rego Filho.
O dirigente da Cegás esteve ontem, na sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, negociando um contrato de fornecimento de gás natural de 550 mil metros cúbicos/dia, para os próximos três anos. ´O preço do gás vinha em uma trajetória de queda, mas agora, reverteu a posição´, declarou Rêgo Filho, ao confidenciar que o reajuste no preço do combustível é assunto corrente na petrolífera.
Se confirmado o percentual em torno de 5%, a Petrobras retoma o preço do produto na fonte, praticado em janeiro último, quebrando uma promessa de que este ano, o produto não mais seria reajustado para cima. Em 1º de fevereiro passado, o preço do gás natural recuou 4,66%, nas distribuidoras, vantagem que foi absorvida pelos postos de combustíveis e que nunca chegou ao bolso do consumidor cearense.
Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Proprietários dos Postos de Combustíveis do Ceará (Sindipostos), Guilherme Meireles, a informação do novo aumento ainda não chegou ao Sindipostos. ´Mas se subir, vamos ter que repassar (para o consumidor). Com uma margem (de lucro) de 10%, não dá para perder 5%´, antecipou Meireles.
Contrato
De acordo ainda com Rêgo Filho, o contrato de compra e venda de gás natural que está sendo celebrado entre a Cegás e a Petrobras será retroativo a 1º de janeiro deste ano e terá vigência de três anos, até dezembro de 2011. Por telefone, o presidente da Cegás disse que discutiu, ainda, com a direção da estatal ´expectativas de reajustamento de preços do gás natural, haja visto que a Petrobras sinaliza um novo aumento deste produto, a partir de primeiro de agosto´.
Rêgo informou também que, apesar do consumo atual de gás natural no Ceará girar em torno de 485 mil metros cúbicos/dia, o contrato prevê o fornecimento de 550 mil metros cúbicos/dia. ´Estamos contratando mais porque a expectativa é de recuperação da economia como um todo, a partir do segundo semestre. E se o Brasil todo espera que as atividades industriais e econômicas sejam restabelecidas, nós estamos também aqui no Ceará com indicadores de otimismo e de recuperação da economia´, justificou o dirigente da Cegás.
De acordo com ele, esse volume será suficiente para atender a demanda dos setores automotivo, industrial, comercial e de co-geração, já que as usinas termoelétricas movidas à gás serão abastecidas diretamente pela Petrobras.
Apesar de uma redução no consumo da ordem de 7%, este ano, Rêgo Filho acredita que, com o incremento da economia do País, a partir deste semestre, deve ser possível "recuperar de 5% a 10%, no volume de gás vendido no Estado".
Diante da retração no consumo, ele evitou falar sobre expansão da rede de postos de gás natural veicular no Ceará. "Esse assunto, por enquanto, não está sendo apreciado", esquivou-se, justificando que a rede formada por 80 postos — 70 na Capital e dez no Interior — está atendendo, sem problemas, a demanda. Atualmente, o preço do GNV nos varia entre R$ 1,59 e R$ 1,69.
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