Realizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) em cooperação com a Universidade Federal da Bahia (UFBA), o campo Newton Monteiro, do Projeto Campo-Escola, entrou em operação nesta sexta-feira (16), com um sistema de produção remota de gás natural, que permite a compressão do gás no poço, viabilizando a produção em pequenos campos não conectados a gasodutos.

O gás natural comprimido (GNC) produzido no campo, localizado no município de Entre Rios, no estado da Bahia, será carregado em carretas (caminhões-feixe), com grande capacidade de armazenamento em cilindros. O modelo, batizado de "gasoduto-virtual", é viável para distâncias de até 200 quilômetros entre o local de produção e compressão do gás e o de descompressão para o usuário final.

A entrada em operação foi marcada por uma solenidade realizada no campo-escola que contou com a participação do diretor-geral Haroldo Lima, empresários, políticos e estudantes da Universidade Federal da Bahia (UFB). Também participou o diretor Newton Monteiro, cujo nome foi dado ao campo, uma homenagem ao seu trabalho de recuperação de campos marginais e preocupação com a formação de mão-de-obra-especializada para o setor de petróleo e gás.

O sistema de produção remota é voltado para o atendimento de consumidores de menor porte, servindo de modelo para projetos semelhantes em áreas isoladas do país, o que permite melhor aproveitamento do gás natural produzido em campos sem acesso a malhas de dutos. Com esse sistema, pequenos e médios produtores poderão atuar no segmento de produção de gás natural, escoando a produção de GNC por caminhões, diretamente a usuários finais. A reativação do campo exigiu investimentos de cerca de US$ 500 mil.        

O campo Newton Monteiro, descoberto em 1982 pelo poço 1-FMO-001-BA., é situado na Bacia do Recôncavo, e produziu 99 mil barris de petróleo e 16,6 milhões de m³ de gás natural até 1987,quando foi fechado.

O projeto Campo-Escola, forma mão-de-obra qualificada para atuar em pequenas e médias empresas de petróleo e gás natural no Brasil, concessionárias de campos considerados de interesse marginal para as grandes empresas do setor. A reativação de campos de petróleo e gás natural por um projeto vinculado a universidades representa uma oportunidade para estudantes de graduação e de pós-graduação vivenciarem os problemas e as soluções do dia-a-dia da indústria do petróleo. Para a ANP, o projeto é importante por incentivar o melhor aproveitamento dos recursos energéticos do País, além de promover o desenvolvimento regional.

Devido à grande procura, há hoje 170 pré-inscritos no projeto, para a próxima turma de Especialização em Engenharia de Petróleo, que deverá iniciar as aulas em julho deste ano.