Durante a abertura do Encontro de Comércio Exterior (Encomex), na quinta-feira (19), no Centro de Eventos do Ceará (CEC), o titular do Conselho Estadual de Desenvolvimento Econômico (Cede), Alexandre Pereira, garantiu que o governo irá criar uma câmara setorial que cuidará das exportações realizadas por empresas do estado. Segundo Pereira, entidade começará a ser articulaa ainda este mês.
"Nós teremos nela (na câmara setorial) pessoal vindo da logística, empresas aduaneiras que trabalha com exportação, empresas exportadoras, universidades e também vamos pinçar outras câmaras pessoal com expertise na área para ter uma câmara falando somente em exportação", detalhou.
Participa do projeto anunciado, o presidente da Comissão de Comércio Exterior do Ceará (CEC), Roberto Marinho, o qual "criou uma pauta de discussão com o governador Cid Gomes".
Criação de cultura
O anúncio feito pelo titular do Cede foi ao encontro do ponto mais mencionado pelas autoridades presentes à cerimônia de ontem: a criação de uma cultura exportadora no Ceará. Classificada pelo presidente da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), Roberto Smith, como "um encadeamento complexo onde a inovação é um requisito não apenas da produção, mas no mundo abrangente de toda a institucionalidade (tributária, jurídica, logística e, sobretudo de conhecimento envolvendo acordos e barreiras", a tal cultura é necessária para o aumento da participação cearense nos negócios com outros países.
"Onde tem uma câmara existe, de modo geral, um esforço para que os indivíduos atendam uma nova demanda aqui. Os setores que tiveram câmara conseguiram boa aproximação entre setor produtivo e governo estadual. Espero que ela se instale e também se fortaleça", disse o presidente da Federação das Indústrias do Ceará, Roberto Macêdo.
Plano nacional em sintonia
O presidente da Adece ainda ressaltou o Plano Nacional de Cultura Exportadora (PNCE), executado desde 2011 até 2015 pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) como em sintonia com o interesse local de promover a exportação. "O fato de haver um déficit na balança (comercial cearense) não significa nada porque é o palco que uma situação aonde existem investimentos fortes e, sobretudo, a gente vê que as importações são de equipamentos pesados, os quais caracterizam investimentos que, mais para frente, vão está exportando", afirmou.
Necessidades
Roberto Smith ainda pontuou os demais fatores do PNCE que deverão ajudar os empresários: "(1) o aperfeiçoamento de uma inteligência comercial e competitiva, (2) a estruturação de um ambiente de negócios, (3) a diversificação e a qualificação da pauta exportadora e (4) a promoção comercial".
Representando o Ministério do Desenvolvimento durante a abertura do evento, o secretário de Comércio Exterior do Mdic, Daniel Godinho, reforçou as considerações de Roberto Smith e destacou a parceria com o Ceará. "Das 590 ações previstas para o PNCE em 2013, 29 foram no Ceará. O número deixa claro a nossa parceria com o Estado e a intenção de estreitar e aprofundar ela", destacou.