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Cade rejeita por unanimidade compra da rede de combustíveis Ale por Ipiranga

Reuters, 02/08/2017
02/08/2017 18:43
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O plenário do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) rejeitou por unanimidade nesta quarta-feira a compra da rede de distribuição de combustíveis Ale, quarta maior do país, pela segunda maior do setor, Ipiranga, do grupo Ultrapar, por cerca de 2,2 bilhões de reais.

Prevaleceu no plenário o voto do relator, conselheiro João Paulo de Resende, pela rejeição do negócio. Em seu voto, o relator explicou que a reprovação deu-se pela falta de acordo com as empresas quanto às condições a serem aplicadas para aceitar a compra.

As ações da Ultrapar, que chegaram a operar em alta antes do voto de Resende mais cedo, exibiam queda de 2,86 por cento, às 15:20, segunda maior queda do Ibovespa.

A Ipiranga estava de olho na aquisição da Ale para complementar sua rede de distribuição no Nordeste. A Ale afirma ter cerca de 2 mil postos e 260 lojas de conveniência. Já a Ipiranga tem cerca 7.240 postos e rede de pouco mais de 1.900 lojas de conveniência.

O parecer inicial de Resende defendia a venda de ativos da Ale em 12 Estados, o equivalente a 65 por cento das operações da empresa. As empresas, porém, não aceitaram essa condição e propuseram um novo acordo, de conteúdo sigiloso, que foi negado pelo plenário do Cade.

Em fevereiro, a superintendência-Geral do Cade já havia ponderado que a compra da Ale poderia resultar em aumento no preço na distribuição e na revenda de combustíveis devido ao aumento de poder de mercado da Ipiranga. No mesmo mês, o Cade já tinha aprovado associação entre a Ipiranga e a norte-americana Chevron para a criação de uma nova empresa para produção e comercialização de lubrificantes.

Em comunicado ao mercado, a Ultrapar afirmou apenas que a reprovação da operação pelo Cade implica em que o contrato para a compra da Ale "restou automaticamente resolvido, sem qualquer penalidade de parte a parte". Na semana passada, o conselho de administração da Ultrapar havia autorizado a Ipiranga a captar 1,5 bilhão de reais em debêntures de cinco anos, a 105 por cento do CDI. Na ocasião, a Ultrapar não informou o destino dos recursos captados.

A reprovação da operação ocorreu cerca de um mês depois que o Cade rejeitou a compra do grupo de educação superior Estácio pela Kroton, que criaria uma gigante do ensino superior privado no país.

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