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Cabo Verde sonha em ser grande produtor de petróleo

A possibilidade de Cabo Verde entrar no "mapa do petróleo" é um tema que já vem desde os anos 60, ainda durante o regime colonial português, que chegou a pensar poder transformar o arquipélago num entreposto no Oceano Atlântico.

Agência Lusa
16/10/2009 09:27
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A possibilidade de Cabo Verde entrar no "mapa do petróleo" é um tema que já vem desde os anos 60, ainda durante o regime colonial português, que chegou a pensar poder transformar o arquipélago num entreposto no Oceano Atlântico.


A ideia era, segundo os relatos da imprensa daquela época, trazer o produto do Golfo Pérsico, em superpetroleiros, que o descarregaria em petroleiros menores, dada a pouca profundidade dos portos da costa leste dos Estados Unidos, projeto que viria a ser abandonado quando se deu a revolução de 25 de abril de 1974 em Portugal.


Em entrevista divulgada na última quarta-feira em Brasília, o primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, disse que Cabo Verde pretende utilizar a experiência do Brasil, sobretudo da Petrobras, na prospecção de petróleo na respectiva zona costeira, reacendendo uma discussão sobre um dos temas que mais discretamente tem passado no panorama noticioso do país africano.


No entanto, a partir de junho, as notícias começaram a aumentar, quando a Líbia - um dos principais produtores de petróleo da África -, abriu um banco comercial em Cabo Verde e, pouco depois, o arquipélago anunciou a intenção de ampliar suas águas territoriais para além das 200 milhas náuticas, processo que durará até 2015.


A série de notícias avançou com os contatos com a empresa estatal angolana Sonangol e com congêneres da Noruega e Austrália.


Na recente visita à Venezuela, o chefe da diplomacia cabo-verdiana, José Brito, que também é engenheiro de petróleos, indicou ter ficado acordado, ainda que na esfera das palavras, a construção de uma refinaria em Cabo Verde.


De Marrocos houve a notícia de que a visita, entretanto adiada, do rei Mohamed 6º viesse ajudar o arquipélago africano a encontrar verbas para os estudos de extensão da plataforma continental para as 350 milhas, com apoio do Brasil e de Portugal.


Custo alto


Fontes oficiais, que solicitaram anonimato, admitiram nesta quinta-feira à Agência Lusa que há petróleo em Cabo Verde. Contudo, elas destacam que se encontra em águas “muito profundas” e que a relação custo/benefício será “muito elevada”.


As fontes lembram que não nasceu do acaso o acordo de delimitação da fronteira marítima entre Cabo Verde e Mauritânia, datado do início desta década, sabendo-se que a plataforma continental mauritaniana contém petróleo e gás natural e que existe um “veio” que se estende até às ilhas da Boavista e Maio.


Numa entrevista concedida em 2003 ao jornal A Semana, Gualberto do Rosário, ex-premiê cabo-verdiano, afirmou que Cabo Verde já tinha conhecimento das potencialidades petrolíferas do país desde o primeiro mandato governamental (1991/96) do Movimento para a Democracia (MpD, hoje na oposição).


“Na ocasião, disse, houve uma disputa dura com o Senegal, que queria obrigar Cabo Verde a delimitar as fronteiras marítimas muito além das disposições legais, tendo, por essa razão, sido contatadas a Petrobras e a Shell International, que apoiaram na batalha jurídica que se seguiu e que viria dar razão às autoridades cabo-verdianas”, concluiu.
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