Petroquímica

Braskem planeja escritório na Ásia

Gazeta Mercantil
10/08/2006 03:00
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A Braskem pretende intensificar o controle das vendas dos seus produtos no exterior, atualmente ainda parcialmente nas mãos de traders e distribuidores, para lucrar mais com o aumento das exportações. A companhia petroquímica já possui escritórios de vendas na Argentina, União Européia e nos Estados Unidos, e pretende abrir uma filial também na Ásia. "A decisão sobre o local deve sair ainda neste ano", informou o presidente da Braskem, José Carlos Grubisich.

Com a venda direta ao invés de "traders" ou outros canais de distribuição, a empresa ganha US$ 50 por tonelada, destacou Grubisich. "A idéia é vender principalmente produtos de maior valor agregado", ressaltou o vice-presidente de finanças e relações com os investidores da Braskem, Paul Altit.

O presidente da Braskem disse que a empresa está ampliando os seus embarques de petroquímicos básicos, como eteno e propeno, para os Estados Unidos, e também têm intensificado suas vendas de polietileno e polipropileno à Europa, mercado asiático e Argentina. "Queremos ter um market share na Argentina simular ao que temos no Brasil", disse Grubisich, durante reunião promovida ontem pela Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec), em São Paulo.

As vendas externas da Braskem somaram US$ 613 milhões no primeiro semestre deste ano, em comparação com os US$ 550 milhões do mesmo período do ano passado, o que refletiu o aumento dos volumes e dos preços, sobretudo dos aromáticos. Os embarques responderam por 24% da receita líquida da petroquímica ante os 23% de janeiro a junho de 2005. As vendas foram direcionadas, principalmente, para a América do Norte, que respondeu por 39%, Europa, com 27%, e América do Sul, 26%.

Expansão

Grubisich ressaltou que essa decisão de vender diretamente aos clientes está alinhada aos projetos da empresa na Venezuela, uma vez que grande parte da produção será destinada ao México, Estados Unidos e União Européia. A empresa planeja construir uma unidade de 400 mil toneladas de polipropileno em parceira com a Pequiven, cujo investimento previsto é de US$ 370 milhões, e o Complexo Olefina Jose, estimado entre US$ 1,5 bilhão e US$ 2,5 bilhão e que consiste em um "cracker" de 1,2 milhão de toneladas anuais de petroquímicos básicos a partir do gás natural, integrado à produção de polietilenos e outras resinas termoplásticas.

Demanda mundial

A petroquímica mundial deverá trabalhar com um nível de utilização da capacidade instalada acima de 90% ao menos até o final de 2008. "O mercado mundial cresce de 4,5% a 5,5% ao ano mas o crescimento de novas capacidades é abaixo disso", disse Grubisich, acrescentando que o mercado petroquímico mundial deverá movimentar 113 milhões de toneladas neste ano.

O executivo acredita que alguns projetos de novas capacidades no Oriente Médio, planejados para entrar em operação em 2009 ou 2010, poderão ser adiados ou postergados pela alta do preço do petróleo. Grubisich confia que o aumento do acesso ao crédito e da renda deverá refletir em um crescimento da demanda doméstica por resinas neste segundo semestre.

O vice-presidente de finanças e relações com os investidores da companhia, Paul Altit, disse que neste terceiro trimestre a empresa vai conseguir alinhar seus preços aos do mercado internacional, sobretudo para o polipropileno e polietileno. "O PVC já está com um spread confortável", afirmou. Na comparação do mês de julho deste ano com o segundo trimestre, os preços das resinas subiram 6% no mercado brasileiro. A Braskem anunciou reajuste de 10% nos preços do polipropileno e do polietileno durante este mês.

Investimentos menores

A empresa vai investir R$ 750 milhões neste ano, uma redução em comparação a previsão inicial de R$ 900 milhões. A petroquímica reduziu, entre outros, em R$ 92 milhões o aporte para aumento da capacidade; em R$ 9 milhões na reposição de equipamentos; em R$ 2 milhões em tecnologia; em R$ 11 milhões em produtividade.

A Braskem, braço petroquímico do Grupo Odebrecht, vai ampliar em 30 mil toneladas a produção de polietileno e em 8,5 mil toneladas a fabricação de isopreno, além de investir na tancagem do porto de Aratu, localizada na Bahia, o que vai possibilitar a expansão dos níveis de estocagem de nafta atualmente de 8 a 10 dias.

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