Entre os dias 24 a 27 de maio, em Oslo, na Noruega, ocorreu o principal fórum para a indústria marítima global, a Nor-Shipping. Uma coisa é certa: o Brasil ganhou reconhecimento do mercado naval pelo seu avanço tecnológico e sua presença econômica no mundo. A delegação formada por 21 empresas brasileiras do setor naval e consultores da ABDI e do Sebrae Nacional construiu importantes relações e parcerias com os expositores europeus.
“A participação brasileira no maior fórum mundial do setor de indústria naval mostra a importância do apoio do Projeto de Apoio à Inserção Internacional de Pequenas e Médias Empresas (PAIIPME) às empresas brasileiras, permitindo aos empresários conhecer o estado-da-arte em tecnologia e inovação do setor”, destaca o diretor da ABDI, Clayton Campanhola.
Para o especialista em projetos internacionais da ABDI, Carlos Costa, o mais importante foi perceber que o gap tecnológico entre Brasil e Noruega é muito pequeno. “De 2010 para cá, avaliamos que não houve significativo salto em inovação por parte dos fabricantes estrangeiros no setor naval. E o mais importante é que o nosso processo de catch-up (equiparação) está em ascensão, ou seja, estamos produzindo inovação também no setor naval”, destaca o especialista.
Na rodada de negócios promovida pelo Sebrae, várias empresas brasileiras conseguiram vislumbrar oportunidades de negócios com as empresas norueguesas. “Podemos dizer que dois terços das empresas brasileiras conseguiram ver oportunidades de negócios durante a rodada”, afirma Carlos Costa.
Durante a Nor-Shipping foi promovido o Brazil Day, no dia 25 de maio, em que as empresas brasileiras se apresentaram para potenciais compradores, fornecedores e parceiros do mercado internacional. No mesmo dia, o presidente da Petrobrás, Sérgio Gabrielli, foi palestrante na conferência intitulada “Agenda Offshore”. Segundo Carlos Costa, após a palestra de Gabrielli foi dado o tom que o Brasil precisava na Nor-Shipping: “O presidente da Petrobrás demonstrou as perspectivas de negócios envolvendo a exploração do Pré-sal, e que essa pode ser uma grande oportunidade para a Noruega construir laços de cooperação conosco”.
Na agenda que a delegação brasileira teve na Embaixada do Brasil, em Oslo, o destaque ficou por conta das reais possibilidades de negócios entre Brasil e Noruega tanto no campo governamental quanto no privado. “Pretende-se criar uma parceria industrial com a Noruega, tal como aquela que foi implementada com a Suécia e que culminou com a criação do Centro de Pesquisa e Inovação Sueco-Brasileiro – CISB”, explica Carlos. Os possíveis setores nos quais se pretende avançar no diálogo entre Noruega e o Brasil são petróleo e gás, energia renovável e construção naval.