ESG Energia & Negócios

Brasil precisa regulamentar mercado de carbono para avançar na competição internacional

Projeto de lei sobre o tema tramita no Senado; regulação pode gerar R$ 75 bi ao ano em crédito de carbono, segundo a consultoria Catavento.

Redação TN Petróleo/Assessoria IBP
29/05/2024 11:40
Brasil precisa regulamentar mercado de carbono para avançar na competição internacional Imagem: Divulgação Visualizações: 1497

Um importante estímulo para a promoção de iniciativas de descarbonização de empresas e para o atingimento de metas de redução de emissões do país é o mercado de crédito de carbono, que, no Brasil, ainda não está regulado.

Para Maria Izabel Ramos (foto), gerente de Mercados de Carbono da Petrobras, é essencial acelerar a regulamentação do mercado de carbono pelo poder legislativo, com projeto que está em tramitação no Senado. "Há uma janela parlamentar pequena, em virtude da eleição municipal de 2024, para votação do projeto de lei no Senado", ressaltou a executivo no painel "Riscos e Oportunidades do Mercado Regulado de Carbono no Brasil", nesta terça (28) no ESG Energia & Negócios, organizado pelo Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP).

Tamara Fain, sócia da Catavento Consultoria, destaca que países com legislação clara e definida podem gerar até US$ 75 bilhões anualmente com venda de créditos de carbono, com gerenciamento de órgão regulador e venda entre empresas. É ainda mais premente para o Brasil regulamentar esse mercado, segundo Fain, diante do fato de a União Europeia querer taxar produtos de países a partir do parâmetro do seu próprio mercado para créditos de carbono, o que afetará o custo de bens e serviços brasileiros.

Marina Westrupp Alacon Rayis, coordenadora de Sustentabilidade do Grupo Ultra, e Jeronimo Roveda, diretor da Aliança Brasil NBS, concordam que a ausência de regulamentação gera insegurança jurídica. Eles defendem que repasses de custos do carbono ao consumidor final, com método similar ao Uruguai, não devem ser implementados no Brasil.

Seguros e mudanças climáticas

O mercado de seguros está em transformação para atender novas demandas e necessidades da agenda ESG. Esse cenário foi mostrado em painel da manhã do segundo dia do ESG Energia e Negócios.

O Subsecretário de Planejamento de Longo Prazo do Ministério do Planejamento e Orçamento, André Luiz Campos de Andrade, mostrou como eventos climáticos vêm impactando a forma de proteção dos ativos. "Conhecer o cenário que estamos pisando, como estaremos reparando o país, estados e empresas é fundamental e precisa ser feito de maneira conjunta".

Fernando Prado, CCO da Galcorr Seguros, enfatizou que a precificação dos seguros e a necessidade da atenção a agenda ESG está mudando devido às ocorrências climáticas. Prado destacou que muitas seguradoras recusam atender empresas que não adotam práticas ESG. "Hoje na operação do mercado o ESG deixou de ser um adicional. Se não tiver pauta ESG não segura".

Campos maduros e o ESG

A produção de campos maduros continua estratégica para o setor de óleo e gás brasileiro e cumpre importante papel para o desenvolvimento regional. Para Telmo Ghiorzi, presidente-executivo da Abespetro, um dos grandes desafios da indústria é tornar esses ativos produtivos. "Temos 600 mil empregos diretos e indiretos na cadeia produtiva como um todo. Estes últimos são fortemente afetados pelos campos maduros e estratégicos para os fornecedores", ressaltou no painel sobre a revitalização de campos maduros.

A Petrobras mostrou que a Bacia de Campos é um ativo ainda muito valioso em seu portfólio e que conta com a previsão de investimentos de US$ 22 bilhões e 135 novos poços, segundo seu Plano Estratégico. O Gerente Geral de Concepção de Projetos de Águas Profundas da companhia, Denis Krambeck Dinelli, confirmou a estratégia. "Nos últimos 3,5 anos colocamos 47 novos poços em operação na Bacia de Campos. Produzimos cerca de 200 mil barris/dia em 2023."

O presidente do IBP, Roberto Ardenghy, ressaltou, no encerramento do evento, a geração de conhecimento durantes os debates e os desafios e responsabilidades que o setor tem pela frente na jornada ESG - em temas como mercados de carbono, mitigação de emissões e uma transação energética justa e inclusiva.

A 2ª Edição do ESG Energia e Negócios consolidou o sucesso da última edição, com mais de 900 participantes de 14 estados brasileiros durante os dois dias de debates. O evento reuniu um público majoritariamente feminino, com 61% do total, e participantes em grande parte na faixa etária de 31 a 50 anos, sendo cerca de 60% destes profissionais ocupantes de cargos de gestão na indústria. Ao todo foram mais de 30 horas de conteúdo, com salas cheias e engajamento do público nos debates.

Organizado pelo Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), o ESG Energia e Negócios é patrocinado pela Petrobras, Equinor, ExxonMobil, Ipiranga, RepsolSinopec, Shell, Transpetro, Karoon Energy, Naturgy, OceanPact, Ocyan, SLB One Subsea, Shape e Subsea7.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Brandend Content
OTC Brasil 2025: o ponto de encontro global da indústria...
27/10/25
Brandend Content
Intercabos® celebra 25 anos de excelência e inovação no ...
27/10/25
Etanol
Anidro sobe 1,07%, e hidratado avança 0,59%
27/10/25
OTC Brasil 2025
WPower Meeting celebra mais uma edição repleta de charme...
27/10/25
OTC Brasil 2025
Evento exclusivo reúne grandes empresas, startups e líde...
24/10/25
OTC Brasil 2025
PRIO compartilha estratégias de negócio para campos madu...
24/10/25
OTC Brasil 2025
BRAVA Energia marca presença na OTC Brasil 2025, com des...
24/10/25
OTC Brasil 2025
OTC Brasil 2025 abre com foco em transição energética, i...
24/10/25
Pessoas
Luiz Carvalho é o novo CFO da Brava Energia
24/10/25
Oferta Permanente
Petrobras informa sobre resultado de leilão da ANP
24/10/25
Firjan
No horizonte 2035+, potencial energético do estado do Ri...
23/10/25
Pré-Sal
PPSA irá leiloar, em dezembro, primeira produção de petr...
23/10/25
OTC Brasil 2025
SLB Brasil marca presença na OTC 2025 com foco em inovaç...
23/10/25
Recursos Humanos
ANP publica novas informações sobre seu Programa de Form...
23/10/25
Leilão
Petrobras vence leilão e arrenda terminal RDJ07 no Porto...
23/10/25
Financiamento
Banco do Nordeste investirá R$ 360 milhões para reforçar...
23/10/25
Oferta Permanente
Equinor arremata dois novos blocos na Bacia de Campos du...
23/10/25
Oferta Permanente
Firjan comemora resultado do Leilão de Partilha da ANP, ...
23/10/25
OTC Brasil 2025
Evento reúne lideranças globais da indústria offshore e ...
22/10/25
Oferta Permanente
3º Ciclo da Oferta Permanente de Partilha da ANP tem cin...
22/10/25
Posicionamento IBP
3º Ciclo da Oferta Permanente de Partilha de Produção
22/10/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

23