Jornal do Commercio
A expectativa de tirar do papel a usina nuclear de Angra 3 colocará o Brasil, até 2014, no seleto grupo de países que domina o ciclo completo de enriquecimento de urânio. O objetivo da iniciativa, que será desenvolvida pela Indústrias Nucleares do Brasil (INB), é acabar com a dependência brasileira de tratar o minério no exterior. Em entrevista ao Jornal do Commercio, o presidente da INB, Alfredo Tranjan Filho (foto), revelou que a intenção do governo é a de construir uma unidade de gaseificação e outra de enriquecimento do urânio. A primeira tem orçamento preliminar de R$ 250 milhões, enquanto a segunda, nos moldes da unidade-piloto da Fábrica de Combustível Nuclear (Resende-RJ), exigiria investimento de R$ 550 milhões.
Trajan Filho explica que, atualmente, o Brasil realiza apenas a lavra do urânio, extraído da reserva de Caetité (BA), e o transforma em yellow cake, um concentrado do minério. O yellow cake então é transportado ao Canadá, onde é gaseificado. De lá, o produto segue para a Europa, onde é enriquecido em unidades da Urenco.
"Com as duas unidades, todo o processo será feito no Brasil. Vale destacar que o Brasil já detém a tecnologia de enriquecimento do urânio, conhecida por poucos países. Com a usina de Angra 3 em operação, será muito importante dominar todo o processo", ressalta o executivo.
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