Brasil é apontado como um dos maiores compradores e vendendores no mercado de mineração em estudo global realizado pela Ernst & Young. Tendência deve ser mantida em 2010.
RedaçãoEm estudo sobre Transações Globais no Setor de Mineração e Metais em 2009 desenvolvido pela Ernst & Young, líder global em serviços de auditoria, impostos, transações corporativas e assessoria em negócios, o Brasil ficou em quarto lugar no ranking global dos maiores mercados-alvo e na sexta posição entre os maiores compradores.
“As grandes empresas brasileiras têm não apenas sido alvo de interesse, mas também têm mostrado grande apetite e potencial para aquisições visando a consolidação do mercado”, explica Luiz Claudio Campos, diretor de Project Finance da Ernst & Young Brasil.
Na listagem dos principais negócios concretizados no ano passado, a Vale é mencionada duas vezes. A empresa foi alvo da maior transação do ano ao ter 5% de suas ações adquiridas pelo Barclays PLC, banco do Reino Unido, por US$ 3,5 bilhões. Além disso, a empresa também é citada por ter ampliado sua participação na ThyssenKrupp, numa operação de US$ 1,4 bilhão. A Usiminas também foi destaque no relatório, como alvo de interesse dos compradores japoneses. A Nippon Steel gastou US$ 205 milhões para ampliar em 3,4% sua participação acionária na empresa, passando a controlar 26,7% da companhia.
O relatório da Ernst & Young mostra ainda que o Brasil está entre os países que mais receberam investimentos na área de mineração no ano passado. Segundo Campos, o efeito mais profundo da crise financeira sobre o setor foi o travamento de projetos de crescimento da oferta, que impactam na capacidade de abastecimento. A perspectiva é de manutenção da tendência para 2010, apesar das restrições ainda existentes ao crédito. “A volatilidade do mercado e os rescaldos da crise financeira devem diminuir o apetite por transações de risco, é esperado um crescimento tanto no número quanto no volume das transações para este ano”, afirma. O estudo aponta que, no ano passado, foram 1.047 negociações de fusões e aquisições no setor de mineração em todo o planeta, que movimentaram US$ 60 bilhões (ante 919 negociações que movimentaram US$ 126,9 bilhões em 2008). A China foi responsável por 27% do volume de transações (US$ 16,1 bilhões) – nos últimos dez anos, empresas chinesas foram responsáveis por 369 negociações, totalizando mais de US$ 50 bilhões.
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