Agência Estado
A trajetória de alta das ações da Petrobras e da Vale está garantindo à Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) o seu terceiro pregão seguido de recuperação, desconectada do mercado americano, onde as bolsas operam enfraquecidas após a divulgação de indicadores econômicos ruins. Às 14h48, o índice Bovespa subia 2,82%, a 61.498 pontos, na pontuação máxima do dia até este horário. O volume financeiro negociado até o momento é de R$ 3,62 bilhões.
A novidade do dia é o cancelamento do leilão da Cesp por falta de interessados. Nenhum grupo apresentou garantias na Câmara Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC) para o leilão que estava marcado para amanhã pelo preço mínimo de R$ 6,6 bilhões. Com isso, as ações da Cesp, que ontem se desvalorizaram 10,62%, desabavam 18,15% às 14h47, após a notícia sobre o cancelamento do leilão, liderando com folga a lista de piores desempenhos do Ibovespa e movimentando o segundo maior giro financeiro do dia, com R$ 403,748 milhões.
Apesar da queda profunda das ações da Cesp, que têm peso pequeno no Ibovespa, de apenas 1,24%, o mercado doméstico continua subindo mais de 2%, refletindo o avanço nos preços das commodities, especialmente as metálicas, como ouro, prata, níquel e cobre, que registravam valorização entre 1% e 2% mais cedo. Com isso, as ações preferenciais classe A (PNA) da Vale registravam ganho de 3,09% e a ordinária (ON) +3,34% às 14h47 e os papéis do setor siderúrgico também dão continuidade à recuperação de preços. CSN ON registrava valorização de 2,49%, Usiminas PNA +3,45% e Gerdau preferencial (PN) +2,16%.
Mas o grande destaque positivo do dia são as ações de Petrobras que têm alta de mais de 5%. A ON disparava 5,53% e a PN subia 5,63% às 14h48, com volume de negócios bastante elevado, de R$ 665 milhões, influenciada por novos rumores de que a estatal teria descoberto um grande campo de petróleo no Maranhão, equivalente ao de Tupi, na Bacia de Santos, considerada um megacampo de petróleo, com um volume estimado entre 5 bilhões e 8 bilhões de barris.
No caso de Petrobras, a forte demanda pelos papéis também pode estar refletindo também a aprovação ontem pela Assembléia Geral Extraordinária (AGE) do desdobramento das ações da estatal na proporção de 1 para 2. Ou seja, para cada ação possuída em 25 de abril deste ano, o acionista receberá um novo papel.
EUA
Em Nova York, a melhora de ontem dos mercados cedeu lugar novamente aos temores de recessão após a forte deterioração da confiança dos consumidores americanos em março, empurrando o índice para a mínima em cinco anos.
O índice de confiança medido pelo Conference Board caiu para 64,5, ante 76,4 em fevereiro. O índice de expectativas cedeu para 47,9 em março, de 58 em fevereiro. Mais cedo, havia saído outro dado fraco. O preço de imóveis residenciais para uma única família registrou queda recorde em 16 das 20 regiões pesquisadas. O contraponto positivo do dia foi o índice regional sobre atividade no setor de manufaturas do Fed de Richmond, que subiu para 6 em março ante variação negativa de 5 em fevereiro. Um dado acima de zero indica expansão da atividade.
Às 14h48, o índice Dow Jones caía 0,05%. Em sentido contrário, o Nasdaq-100 subia 0,41% e o S&P 500 tinha alta de 0,31%.
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